Nesta segunda-feira (26/11), a Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou a inclusão das carnes processadas (como o bacon, toucinho, salame, salsicha e derivados) na lista de produtos carcinogênicos e inclusão das carnes vermelhas na lista de produtos “provavelmente carcinogênicos”.
Segundo o relatório da OMS, um grupo de 22 especialistas de 10 países, a partir de revisão bibliográfica dos estudos mais recentes, determinou que o consumo de carne vermelha poderia ser classificado no grupo 2A (produto possivelmente carcinogênico para humanos) por sua associação com o câncer colorretal, e, em menor grau de evidência, com o câncer de pâncreas e de próstata.
A maior surpresa (ou não) foi em relação a carne processada (bacon, tocinho, salame e derivados), que foi classificada como carcinogênica (grupo 1), o que significa dizer que foi encontrada evidência suficiente de que seu consumo causa câncer colorretal.
O foco da discussão foi classificar a carne processada no mesmo grupo de produtos como o tabaco, o álcool e o asbesto, o que gerou a indagação: “será a carne processada tão cancerígena quanto o tabaco?”. A óbvia resposta é que não. Dentro do mesmo grupo de produtos carcinogênicos (grupo 1), cada produto apresenta sua própria magnitude de aumento no risco de câncer, e, como era de se esperar, o aumento no risco de câncer colorretal atribuído ao consumo de carnes processadas é muito menor do que o aumento do risco de câncer de pulmão atribuído ao tabagismo.
O conceito que deve ser assimilado é que a evidência científica é tão forte quanto, para ambas as associações (carne processada e tabaco), porém a magnitude de aumento do risco é muito maior para o tabaco. Sendo assim, nossos amigos do mindthegraph.com disponibilizaram um infográfico que ilustra o fato.
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Referências Bibliográficas:
- Relatório da OMS: https://www.iarc.fr/en/media-centre/pr/2015/pdfs/pr240_E.pdf