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De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), 1,5 milhão de gestantes são diagnosticadas com sífilis anualmente. Embora os métodos para o diagnóstico laboratorial e as diretrizes de rastreamento pré-natal estejam amplamente disponíveis e o tratamento seja relativamente simples, a sífilis congênita continua sendo um problema global de políticas públicas de saúde, com uma taxa de mortalidade de recém-nascidos (RN) significativa.
Epidemias recentes de sífilis foram relatadas em todo o mundo, incluindo aumentos alarmantes nas taxas de infecção no Brasil, o que significa que uma melhoria nos cuidados e a prevenção de efeitos adversos são uma necessidade substancial.
Sífilis na gravidez
Em recente artigo publicado na Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, Torres e colaboradores (2019) avaliaram dados epidemiológicos e obstétricos de gestantes com sífilis no Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM). O objetivo do estudo foi verificar o conhecimento da sífilis no ciclo gravídico e a transmissão vertical para a realização de futuras ações em saúde pública.
Metodologia
Os autores analisaram registros de gestantes admitidas no Departamento de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital de Clínicas da UFTM, diagnosticadas com sífilis entre 2007 e 2016. Um formulário padronizado enfocando aspectos epidemiológicos, obstétricos e infecção congênita foi utilizado para a coleta de dados.
Resultados
Os seguintes resultados foram descritos por Torres e colaboradores:
- 268 gestantes foram diagnosticadas com sífilis;
- A média de idade das gestantes com diagnóstico de sífilis foi de 23,6 anos. A maioria era proveniente de Uberaba (MG);
- A assistência pré-natal foi inadequada em 37,9% dos casos;
- O tratamento para sífilis, de acordo com as diretrizes do Ministério da Saúde, foi realizado por 34,2% das gestantes e por 19,8% dos parceiros;
- Quatro (1,5%) pacientes evoluíram com aborto;
- Oito (3,4%) pacientes evoluíram com óbito fetal. Destas, 7 não realizaram tratamento;
- O parto prematuro ocorreu em 61 (25,9%) gestantes, e a prematuridade foi significativamente associada ao tratamento ausente/incompleto, com 49 (27,9%) casos, comparada a 12 (13,0%) casos nos quais o tratamento foi adequado (p = 0,006);
- O peso médio dos RN foi de 2.840 g;
- 25,3% dos RN apresentaram peso inferior a 2.500g;
- Sífilis congênita foi diagnosticada em 74,2%, dos casos;
- Os casos de sífilis congênita foram significativamente associados ao pré-natal inadequado, ao tratamento ausente/incompleto, à prematuridade e ao baixo peso ao nascimento.
Conclusão
Diante dos resultados obtidos com este estudo, os autores enfatizam a necessidade e a relevâncias das políticas públicas de conscientização sobre pré-natal adequado, intensificação de rastreamento sorológico e tratamento precoce da sífilis. Essas medidas devem ser aplicadas de forma rigorosa e exaustiva, objetivando o declínio dos casos diagnosticados na gestação e das consequências deletérias potencialmente evitáveis relacionadas à infecção congênita.
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Referências bibliográficas:
- TORRES, R. G. et al. Syphilis in Pregnancy: The Reality in a Public Hospital. Rev Bras Ginecol Obstet, n.41, p.90-96, 2019.
Na nossa região no Hospital Regional de Paraíso também temos estes problemas de sífiles em gestantes.
em Paraíso do Tocantins _TO