Síndrome de Haff: quatro estados brasileiros registram casos

Quatro estados brasileiros têm registros de casos da síndrome de Haff, conhecida popularmente como doença da urina preta.

Quatro estados brasileiros têm registros de casos da síndrome de Haff, conhecida popularmente como doença da urina preta: Amazonas, Bahia, Ceará e Pará.

A enfermidade deixa a urina com coloração escura — como o próprio nome indica. O indivíduo começa a apresentar entre duas a 24 horas após consumir peixes ou crustáceos um quadro de mialgia súbita, astenia, parestesia de membros inferiores, podendo evoluir com rabdomiólise. Neste caso, podem apresentar insuficiência renal, em que a coloração da urina marrom escura é um marcador importante.

A síndrome de Haff é causada por uma toxina que pode ser encontrada em peixes como o tambaqui, o badejo, a arabaiana ou em crustáceos, como a lagosta, o lagostim e o camarão. Como ainda é pouco estudada, acredita-se que esses animais possam ter se alimentado de algas com certos tipos de toxinas que, consumidas pelo ser humano, provocam os sintomas. Contudo, a toxina, sem cheiro e sem sabor, surge quando o peixe não é guardado e acondicionado de maneira adequada.

Leia também: Doença de Haff: Casos de doença relacionada à ingestão de peixe são registrados na Bahia

O Amazonas registrou 61 casos da enfermidade em dez municípios do estado, com um óbito confirmado. Já a Bahia já identificou 13 casos, sendo que cinco permanecem em investigação.

No Ceará, a Secretaria da Saúde Estadual investiga nove casos suspeitos, que aguardam confirmação laboratorial. Já no Pará três casos suspeitos estão sendo investigados. A maioria tem se concentrado na região do baixo Amazonas, que encontra-se no período de estiagem, quando há redução do volume na renovação da água nos ambientes naturais permitindo a proliferação de algas, o que pode ter propiciado a aparição da toxina.

Síndrome de Haff: quatro estados brasileiros registram casos

Tratamento e prevenção

O Ministério da Saúde aponta que a hidratação é fundamental nas horas seguintes ao aparecimento dos sintomas, uma vez que assim é possível diminuir a concentração da toxina no sangue, o que favorece sua eliminação através da urina. Em casos mais graves, pode ser preciso fazer hemodiálise.

Na maioria das vezes, o quadro costuma evoluir bem, mas há risco de óbito, especialmente em indivíduos com comorbidades. A orientação é procurar ajuda logo após o aparecimento dos primeiros sintomas para que o diagnóstico seja feito o mais rápido possível.

Infelizmente, não existem formas de identificar a toxina: ela não tem cheiro, gosto ou cor e não desaparece após o cozimento da carne. A única indicação é reduzir o consumo de peixes nessas regiões ou comprá-los em locais onde se conhece o processo de transporte e guarda.

Leia também: Casos da doença de Haff são diagnosticados no Amazonas e Bahia

Descoberta na Europa em 1924

Segundo especialistas da Universidade de São Paulo (USP), trata-se de uma doença rara descoberta em 1924, na Europa. É uma intoxicação alimentar por uma toxina (ainda não identificada) que não é eliminada pelo calor. Portanto, o peixe cozido também pode transmitir a enfermidade.

Como a eliminação dessa toxina é realizada pelos rins, muitos pacientes evoluem para a insuficiência renal. Sendo assim, é muito importante orientar a população a procurar atendimento médico o quanto antes, para que a toxina possa ser eliminada o mais rapidamente possível e cause menos danos aos rins.

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