Qual a melhor técnica para cirurgia bariátrica? Sleeve ou Bypass Gástrico?

A tradição cirúrgica diz que, se existem múltiplas opções técnicas para um mesmo problema, não há superioridade incontestável entre elas.

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A cirurgia bariátrica apresenta múltiplas técnicas cirúrgicas. Dentro estas técnicas, o Bypass gástrico se destacava desde a década de 80 como a técnica preferencial, desbancando as preferidas pré-bypass: a Gastroplastia vertical com banda e a banda gástrica ajustável.

Também se tornou o padrão outro durante toda a década de 90, apresentando o melhor desfecho metabólico, seguindo parâmetros de glicemia, hemoglobina glicada, pressão arterial, e perda ponderal. No entanto, eis que surge nova técnica: a gastrectomia vertical (em manga ou Sleeve), que, por ser um procedimento mais simples, consistindo em secção gástrica vertical, adicionou velocidade e segurança ao procedimento, e eliminou a necessidade de anastomose, se tornando, desde então, a preferência em todo o mundo, com exceção da América Latina que ainda prefere o bypass.

Embora diferente do restante do mundo, isso não significa que não estejamos atualizados e adequados ao dito padrão-ouro. Na verdade, a opção pelo bypass se deve a suas características, vantagens e desvantagens. Conforme pontuamos a seguir:

Indicações e cuidados em Cirurgia Bariátrica: conduta médica em Cirurgia

cirurgia

Bypass

● Melhor perda ponderal e melhor desfecho metabólico
● Porém maior morbimortalidade, maior tempo operatório e maior disabsorção
● Necessidade de anastomose

Sleeve

● Perda ponderal e desfecho metabólico satisfatórios, porém abaixo do bypass
● Menor morbimortalidade
● Aumento de incidência ou piora de Refluxo Gastroesofágico pré-existente

Complicações também ocorrem: como estenose da anastomose e hérnia interna no Bypass; e torção ou estenose de tubo gástrico no Sleeve; não se tratando, no entanto, de um item favorável a algum dos procedimentos.

A escolha da técnica adequada, portanto, deve ser individualizada caso-a-caso e não padronizada.  Entender das características dos procedimento não é exclusivamente importante para o cirurgião, como também para os clínicos, que encaram o retorno destes pacientes em pós-operatório com complicações e intercorrências referentes a morbidade que estes procedimentos agregam, bem como numa necessidade crescente de entender os aspectos radiológicos e endoscópicos de pacientes submetidos a estes procedimentos.

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Referências:

  • Bray GA et al. The Science of Obesity Management: An Endocrine Society Scientific Statement. Endocr Rev. 2018 Apr 1;39(2):79-132.
  • Kumar SB et al. Is laparoscopic sleeve gastrectomy safer than laparoscopic gastric bypass? a comparison of 30-day complications using the MBSAQIP data registry. Surg Obes Relat Dis. 2018 Mar;14(3):264-269.
  • Lager CJ et al. Roux-En-Y Gastric Bypass Vs. Sleeve Gastrectomy: Balancing the Risks of Surgery with the Benefits of Weight Loss. Obes Surg. 2017 Jan;27(1):154-161.

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