Software pode reduzir tempo no transporte de órgãos para transplante

Novo software de planejamento de transporte de órgãos para transplante já está sendo utilizado pela Central de Transplantes, em São Paulo. Saiba mais!

Pesquisadores brasileiros desenvolveram um software de planejamento de transporte de órgãos para transplante. O dispositivo já está sendo utilizado pela Central de Transplantes, que funciona na Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo.

O sistema EOS foi desenvolvido pelo estudante Henrique Bellotti, durante a sua tese de mestrado, orientado pela professora Maria Teresa Françoso, na Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo (FEC) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). O projeto contou com a parceria de Adriano Balista, especialista em desenvolvimento de soluções para administração e controle de custo de ativos, da empresa Ativvus, e do cirurgião Ronaldo Honorato, do Instituto do Coração (InCor) da Universidade de São Paulo (USP).

O software permite elaborar o planejamento logístico para transporte de equipes médicas e órgãos humanos entre doadores e receptores, levando em conta o tempo de isquemia, as legislações pertinentes e variáveis como o melhor modal para completar a missão.

Atualmente, todo este plano logístico é realizado manualmente por um grupo de cinco enfermeiras do Núcleo de Transplantes do InCor, utilizando recursos disponíveis gratuitamente na internet, como os programas Waze, Google Maps e o site da Decolar.com.

“Esta análise pode durar mais de uma hora, até se chegar na melhor solução possível para cada tipo de órgão. O coração e o pulmão, por exemplo, são os que têm menor tempo de isquemia. Fizemos as nossas simulações com esses dois órgãos justamente para desenvolver a arquitetura do software baseados nos casos mais difíceis”, conta Henrique Bellotti.

Software para transplante de órgãos

No software, os profissionais inserem informações como tipo de órgão, equipe médica para o procedimento de retirada, data e hora da captação e endereços dos hospitais onde se encontram o doador e o receptor. Daí, o dispositivo fornece a distância, o tipo de transporte mais indicado (carro, moto, avião), tempo de deslocamento total e o tempo de isquemia.

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Um fator importante neste novo processo é ser totalmente impessoal, em que os envolvidos nas organizações de procura e captação de órgãos não têm contato entre si, evitando-se possíveis fraudes dentro do sistema.
O sistema logístico de transporte desenvolvido conta com a aprovação e o apoio da Central de Transplantes e do Núcleo de Transplantes do Incor.

“Conversei com as enfermeiras do Incor. durante alguns dias para calibrar o sistema antes da entrega. É uma ferramenta que alivia bastante a carga de trabalho delas, que chegam a fazer dois ou três planejamentos simultaneamente e ainda precisam se preocupar com os exames médicos do receptor. Com o software, a probabilidade de um erro é reduzida consideravelmente. Outro problema resolvido é o de registro de dados de cada plano logístico, que agora podem ficar armazenados nesse sistema”, explica Henrique Bellotti.

Aumento no número de transplantes mais complexos

O Ministério da Saúde divulgou em setembro um balanço sobre os números da doação de órgãos, tecidos e células, e transplantes realizados no país no primeiro semestre de 2019 em comparação ao mesmo período de 2018.

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O levantamento apontou um crescimento de transplantes considerados mais complexos. Os transplantes de medula óssea cresceram 26,8% (de 1.404 para 1.780), e os de coração subiram 6,3% (de 191 para 203).

Ainda houve um aumento no transplante de pâncreas/rim (45,7%), passando de 46 para 67; e pâncreas isolado (26,7%), que subiu de 15 para 19 transplantes. Três estados brasileiros conseguiram zerar a fila de transplantes de córnea: Pernambuco, Ceará e Paraná.

*Esse artigo foi revisado pela equipe médica da PEBMED

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