Sulfato de magnésio melhora o controle da FC em pacientes com FA aguda

Na fibrilação atrial (FA) aguda (< 48 horas), há duas estratégias possíveis: controle de FC versus conversão do ritmo para sinusal.

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Na fibrilação atrial (FA) aguda (< 48 horas), há duas estratégias possíveis: controle de FC versus conversão do ritmo para sinusal. Em pacientes instáveis, a cardioversão deve ser imediata e realizada por choque sincronizado (cardioversão elétrica sincronizada). Nos pacientes estáveis, o protocolo do ACLS recomenda o controle da FC na emergência até haver avaliação por cardiologista, a fim de decidir pela melhor estratégia. Neste cenário, as opções para controle de FC são os betabloqueadores, verapamil/diltiazem (bloqueadores canais cálcio não diidropiridínicos) e a digoxina.

O magnésio vem sendo estudado como adjuvante no controle das taquiarritmias supraventriculares porque possui propriedades de reduzir a frequência sinusal e aumentar o período refratário do nodo AV, um efeito semelhante ao do verapamil e diltiazem. Contudo, havia dúvidas sobre dose e eficácia. Um estudo recente realizado em três hospitais da Tunísia procurou responder a esta dúvida.

Foram selecionados participantes com FA aguda (< 48h), excluindo aqueles com instabilidade hemodinâmica, IAM agudo ou ICFER classes 3 e 4, para receber uma droga de controle da FC associada a magnésio (intervenção) ou placebo. O estudo foi controlado, duplo cego e com dois grupos de intervenção: 4,5 e 9g de sulfato de magnésio. A droga foi diluída em 100 ml de solução salina e administrada em infusão por 30 minutos. No total, 450 pacientes foram randomizados igualitariamente nos três grupos.

Os resultados mostraram uma população com idade média de 66 anos, 63% do sexo feminino, 50% de hipertensos e 21% de diabéticos. As drogas mais utilizadas foram digoxina (47%), diltiazem (30%) e betabloqueadores (22%). Como resultado, houve maior controle da FC nos dois grupos de magnésio e maior conversão em 24h para ritmo sinusal. Contudo, não houve vantagem na maior dose do magnésio (9g). O efeito colateral mais comum foi flush facial (15%), no grupo da maior dose. Como a droga mais usada foi digoxina, diferente do mundo real, onde usamos mais os betabloqueadores, os pesquisadores fizeram subanálise por droga, e o magnésio foi eficaz qual tenha sido o medicamento adjuvante usado.

Conclusão: o sulfato de magnésio, na dose de 4 gramas, é eficaz no controle da FC em pacientes com FA aguda, com baixo risco de eventos adversos.

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Referências:

  • Bouida W et al. LOw dose MAGnesium sulfate versus HIgh dose in the early management of rapid atrial fibrillation: Randomised controlled double blind study. Acad Emerg Med 2018 Jul 19 || https://doi.org/10.1111/acem.13522

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