Surto de gripe aviária faz governo chinês abater quase 18 mil animais

Como se não bastasse a propagação do coronavírus, o governo chinês teve que tomar providências imediatas para conter um recente surto de gripe aviária H5N1.

Como se não bastasse toda a preocupação com a propagação do coronavírus, o governo chinês ainda teve que tomar providências imediatas para conter um recente surto de gripe aviária H5N1 na província de Hunan. Por conta disso, foram abatidos mais de 17.800 frangos, segundo autoridades de saúde.

O vírus foi detectado pela primeira vez no país em 1996 em gansos, sendo letal para as aves, que sofrem com doenças respiratórias graves.

A China foi o primeiro a registrar um caso de infecção humana pela gripe aviária H5N1. Em 1997, 18 casos foram registrados no país e seis pessoas morreram. A transmissão ficou concentrada na região autônoma de Hong Kong.

Na ocasião, 1,3 milhão de galinhas com origem na China continental foram mortas. Outros casos fatais foram identificados nos anos 2000 na Tailândia, no Vietnã e no Camboja.

Gripe aviária

Apesar de ser contagiosa entre os seres humanos, a possibilidade desse tipo de transmissão é baixa, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). A maioria das infecções humanas por H1N5 surge após o contato prolongado e próximo das aves infectadas.

No atual caso, não há relatos de casos de infecção humana pelo vírus H5N1 em Hunan. Desde 2013, a gripe aviária H5N1 matou 455 pessoas em todo o planeta, segundo dados da OMS.

Em 2017, a China enfrentou a pior epidemia de gripe aviária da história, com mais de 460 doentes. Esse número corresponde a quase um terço dos casos em humanos registrados de 2013 a 2016.

Segundo o Ministério de Assuntos Rurais do país, o surto aconteceu em uma propriedade rural no distrito de Shuangqing, matando 4,5 mil das 7.850 galinhas da propriedade. Após a propagação do vírus, o governo chinês precisou abater cerca de 10 mil animais a mais.

Uma preocupação a mais

O surto surge no momento em que as autoridades chinesas tentam parar a propagação do novo coronavírus, que causou 361 mortos e mais de 17 mil infetados no país, e que foi inicialmente detectado em dezembro de 2019, em Wuhan, capital da província de Hubei, que faz fronteira com Hunan.

Assim como o coronavírus, o H5N1 ataca principalmente a parte inferior do pulmão e provoca uma infecção pulmonar profunda e grave.

A gripe aviária tem uma taxa de mortalidade superior a 50%, muito acima da síndrome respiratória aguda grave (Sars), também conhecida como pneumonia atípica, e que tem uma taxa de mortalidade de 10%, ou até mesmo o coronavírus, que possui uma taxa de 2%, até agora.

Leia também: Coronavírus: como abordar os casos graves?

Manifestações clínicas e complicações

As manifestações clínicas da gripe aviária incluem febre, tosse, falta de ar, dispneia, hipóxia e evidências de doença respiratória do trato inferior com opacidade, consolidação e infiltrados nas imagens pulmonares.

As complicações causadas por infecções com o vírus incluem choque séptico, falência respiratória, síndrome da angústia respiratória aguda (SARA), hipoxemia refratária, falência renal, falência múltipla de órgãos, rabdomiólise, encefalopatia e infecções bacterianas secundárias.

A maioria dos pacientes precisa de internação em UTI. O tempo médio do surgimento dos sintomas até o óbito é de aproximadamente 11 dias, podendo variar de sete a 20 dias. A evolução para óbito ocorre em cerca de 30% dos casos.

*Esse artigo foi revisado pela equipe médica da PEBMED

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