Terapia de reposição hormonal diminui o risco de demência?

O papel dos hormônios sexuais como neuroprotetores leva-nos a questionar se a terapia de reposição hormonal pode diminuir o risco de demência.

A síndrome climatérica se manifesta em 80% das mulheres com sintomas físicos e psíquicos (BRINTON, 2015). Dentre essas pacientes, 70% apresentam sintomas que podem levar ao declínio neurológico no futuro. De acordo com Zarate (2017), os hormônios sexuais desempenham um papel importante como neuroprotetores, principalmente o estrogênio, o que nos leva ao questionamento de se a terapia de reposição hormonal (TRH) pode diminuir o risco de demência.

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Terapia de reposição hormonal diminui o risco de demência

Estudo recente

Em agosto de 2021, foi publicado um estudo caso-controle envolvendo 118.501 mulheres com diagnóstico de demência quando tinham 55 anos ou mais, e 497.416 mulheres no grupo controle. O objetivo deste estudo foi associar a demência com os tipos de TRH e sua duração.

Saiba mais: Qual é a relação entre idade, menopausa e demência?

Segundo Vinogradova (2021), nenhum aumento no risco de demência foi observado nas pacientes em uso de TRH. As mulheres com menos de 80 anos que usaram TRH com estrogênio isolado por dez anos ou mais tiveram uma queda no risco global de demência. Houve um aumento no risco de desenvolver doença de Alzheimer nas mulheres que usaram TRH combinada (estrogênio + progesterona), por um período de cinco a nove anos ou mais que dez anos. O autor destaca a necessidade de mais estudos para analisar os riscos da TRH com progesterona.

Mensagem final

Com o aumento da população idosa no Brasil, é necessário que nós, ginecologistas, que atuamos como clínicos da mulher pratiquemos uma medicina integral para promover melhorias na qualidade de vida e saúde de nossas pacientes. De acordo com Vinogradova (2021), seu artigo mostra que é imprescindível a TRH ser individualizada, pois, isso diminui as complicações e aumenta os benefícios da TRH nas mulheres. Portanto, na hora de prescrever a TRH, devemos nos ater a detalhes como esse para não causar malefícios às pacientes.

Referências bibliográficas:

  • Vinogradova Y, Dening T, Hippisley-Cox J, Taylor L, Moore M, Coupland C et al. Use of menopausal hormone therapy and risk of dementia: nested case-control studies using QResearch and CPRD databases BMJ 2021;374:n2182. doi:10.1136/bmj.n2182
  • Brinton RD, Yao J, Yin F, Mack WJ, Cadenas E. Perimenopause as a neurological transition state. Nat Rev Endocrinol 2015;11:393-405. doi:10.1038/nrendo.2015.82
  • Zárate S, Stevnsner T, Gredilla R. Role of Estrogen and Other Sex Hormones in Brain Aging. Neuroprotection and DNA Repair. Front Aging Neurosci 2017;9:430. doi:10.3389/fnagi.2017.00430

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