Terapia de ressincronização cardíaca na insuficiência cardíaca

Além das medicações que melhoram a sobrevida do paciente e sintomas da insuficiência cardíaca, será que poderemos fazer algo além disso? Descubra:

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A insuficiência cardíaca (IC) é uma doença complexa e que altera a qualidade de vida do paciente, fazendo-o procurar frequentemente atendimento em unidade de saúde. Além das medicações que comprovadamente melhoram a sobrevida e sintomas, será que poderemos fazer algo além disso?

A ressincronização cardíaca tem propósito de corrigir disfunções eletromecânicas em pacientes com IC avançada, sendo uma alternativa terapêutica que surgiu após ser observado que alterações de bloqueio do ramo esquerdo estão associada a dissincronismo ventricular levando a um comprometimento funcional do miocárdio.2

O estudo RAFT, publicado em 2010, na revista The New England Journal of Medicine, multicêntrico, randomizado, que incluiu 1798 pacientes, comparou o uso de terapia de ressincronização cardíaca (TRC) em pacientes com IC leve a moderada. Neste estudo, foram avaliados a adição de TRC ao cardiodesfibrilador implantável (CDI) e ao tratamento clinico otimizado – naqueles pacientes com insuficiência cardíaca de classe funcional NYHA II e III, com disfunção ventricular esquerda (FEVE <30%) e QRS largo ( QRS> 120 ms).

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O estudo mostrou que há benefício com uso de TRC associado a um CDI, ocorrendo uma redução das taxas de morte e hospitalização por insuficiência cardíaca. Outro estudo, MADIT CRT, publicado em 2009 na revista The New England Journal of Medicine, também mostrou benefício com a terapia combinada de CDI com ressincronizador cardíacos para paciente com FE reduzida (FEVE <30%) e QRS alargado (QRS > 130 ms).

A eficácia da TRC é comprovada pela constatação de benefícios clínicos mostrados em diversos estudos relacionados à melhora de sintomas e da qualidade de vida, redução das internações hospitalares e melhora da sobrevida. Nos estudos, pacientes se apresentavam com IC sintomático, apesar da terapia medicamentosa otimizada, e com disfunção sistólica grave (FEVE < 30% ou < 35%) e QRS alargado.1

Muitos pacientes podem não se beneficiar da TRC: existem algumas características clínicas que permitem saber quem irá responder melhor a essa estratégia – são chamados de “hiperrespondedores”. Tais características são: etiologia não isquêmica, sexo feminino, duração do complexo QRS > 150 ms, padrão típico de BRE, átrios esquerdos de menor volume e IMC < 30 kg/m.1

Seguem, abaixo, as recomendações para implante de TRC da diretriz de insuficiência cardíaca 2018.

Terapia de ressincronização cardíaca na insuficiência cardíaca

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Referências:

  1. Insf. Cardíaca 2018  Comitê Coordenador da Diretriz de Insuficiência Cardíaca. Diretriz Brasileira de Insuficiência Cardíaca Crônica e Aguda. Arq Bras Cardiol. 2018; 111(3):436-539
  2. Bocchi EA, Marcondes-Braga FG, Ayub-Ferreira SM, Rohde LE, Oliveira WA, Almeida DR, e cols. Sociedade Brasileira de Cardiologia. III Diretriz Brasileira de Insuficiência Cardíaca Crônica. Arq Bras Cardiol 2009;93(1 supl.1):1-71
  3. Anthony S.L. Tang, M.D., George A. Wells, Ph.D., et al. Resynchronization–Defibrillation for Ambulatory Heart Failure Trial (RAFT) Investigators November 14, 2010 (10.1056/NEJMoa1009540)
  4. Moss AJ, Hall WJ, Cannom DS, et al. Cardiac-resynchronization therapy for the prevention of heart-failure events. N Engl J Med 2009;361:1329-38

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