Terapia fotodinâmica é usada para tratar caso incomum de fibromialgia

A Unidade de Terapia Fotodinâmica (UFT) da Santa Casa da Misericórdia de São Carlos (SCMSC) tratou com sucesso um caso de fibromialgia raro.

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Com a participação de pesquisadores do Instituto de Física de São Carlos (IFSC) da USP, a Unidade de Terapia Fotodinâmica (UFT) da Santa Casa da Misericórdia de São Carlos (SCMSC) tratou com sucesso um caso de fibromialgia raro.

A fibromialgia é caracterizada por dor crônica que migra por vários pontos do corpo e se manifesta especialmente nos tendões e nas articulações. Trata-se de uma patologia relacionada com o funcionamento do sistema nervoso central e o mecanismo de supressão da dor. Essa síndrome atinge, em 90% dos casos, mulheres entre 35 e 50 anos.

A dor da fibromialgia pode ser intensa e incapacitante, mas não provoca inflamações nem deformidades físicas. Entretanto, pode estar associada a outras doenças reumatológicas, o que pode confundir o diagnóstico.

fibromialgia

Terapia fotodinâmica

A terapia é baseada na aplicação diretamente nas mãos do paciente de ultrassom e laser, gerados por um equipamento criado no Grupo de Óptica do IFSC. Richard Carlos Rocha, 43 anos, relatou melhora das dores intensas sentidas por vários anos. Ele foi atendido pelo fisioterapeuta Daniel Marques Franco e o caso foi relatado em artigo no Journal of Novel Physiotherapies.

A terapia foi desenvolvida inicialmente para o tratamento da artrose e depois utilizada para o alívio das dores da fibromialgia. “Quando o paciente chegou na clínica estava com tanta dor e tão deprimido, que não me olhava nos olhos. Fiquei incrédulo tanto pelo estado dele quanto pelo fato de, pela primeira vez, estar diante de uma ocorrência da enfermidade no sexo masculino”, lembra o fisioterapeuta. O paciente teve a fibromialgia diagnosticada há 15 anos, por exclusão de outras patologias, mas os sintomas da doença se manifestavam desde a adolescência.

A terapia fotodinâmica combinou frequências específicas de ultrassom e laser e, ao invés de aplicadas diretamente no local onde ocorrem as dores, foram direcionadas para as palmas das mãos do paciente. “Um estudo observou que nas palmas das mãos de pacientes com fibromialgia existe um maior número de neuro mecanorreceptores, terminais nervosos que chegam ao local e levam informações para o cérebro interpretar como dor”, relata a biomédica Heloísa Ciol, da equipe da UFT, que vê nesse processo a chave para entender as causas da doença.

“Acredita-se que a luz e o ultrassom têm efeito em todo o campo sensorial que existe na mão, e que consegue levar informações para o cérebro, de forma que ele pare de interpretar que o corpo está em uma situação de dor constante, modulando assim os processos inflamatórios”, explica a biomédica Heloísa Ciol.

Exercícios e alívio

Richard Rocha diminuiu o seu peso de 108 para 82 quilos, pratica exercícios físicos diariamente e voltou a jogar futebol, inclusive em competições regionais. Ele continua a fazer tratamentos periódicos na Unidade de Terapia Fotodinâmica. “Ainda tenho algumas dores, mas elas desaparecem por completo quando faço exercícios físicos”, aponta.

Embora possa parecer que os exercícios contribuem para o aumento da dor, o certo é que eles liberam muita endorfina, que congrega substâncias que atuam na diminuição da ansiedade e de outros fatores que agem diretamente na ação dolorosa da fibromialgia.

A procura pela terapia por pessoas de todo o Brasil e do exterior, disponível por enquanto apenas na cidade de São Carlos, em São Paulo, obrigou o grupo responsável a reforçar e ampliar o horário do atendimento.

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