Um novo estudo americano indica que testes “raspe-e-cheire” para identificar odores podem ser mais eficazes do que ressonância magnética para prever declinio cognitivo no paciente.
O estudo foi realizado com 397 pacientes, com idade média de 79 anos, sem sinais de demência, submetidos a testes de olfato e ressonância magnética. Durante o período de quatro anos, 19,8% apresentaram declinio cognitivo.
Foram avaliadas a espessura do córtex entorrinal e a pontuação do teste raspe-e-cheire, bem como a interação de ambas. Foram feitos também ajustes por idade, sexo, anos de escolaridade, desempenho funcional e volume intracraniano.
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O estudo constatou que os testes de olfato foram mais eficazes para prever o declínio cognitivo (razão de chances 1,49 para cada desvio-padrão; P = 0,005) do que a ressonância magnética (HR, 1,50 para cada desvio-padrão; P = 0,012).
Os resultados confirmam a hipótese dos pesquisadores de que a identificação de odores pode ser o melhor indicador de quem irá evoluir para doença de Alzheimer.
No entanto, os pesquisadores fazem uma importante ressalva: o teste de olfato melhora a precisão do diagnóstico, mas não é o diagnóstico em si.
Isso se deve ao fato de que existem muitos falsos-positivos entre fumantes e pessoas com problemas respiratórios, por exemplo. O teste é útil quando já se sabe que o paciente não apresenta nenhuma dessas condições.
Quando esses problemas são descartados, mas ainda há dúvidas, exames de imagem devem ser solicitados, para um diagnóstico preciso.
Referências:
- Alzheimer’s Association International Conference (AAIC) 2016. Abstract 03-12-02. Presented July 26, 2016.
- Scratch-and-Sniff Test Beats Imaging in Predicting Cognitive Decline. Medscape. Aug 03, 2016.