Teste rápido para diagnóstico de doença renal crônica está a caminho

Um teste rápido que vai ajudar no diagnóstico da doença renal crônica está sendo desenvolvido na Universidade Federal do Paraná (UFPR).

Um teste rápido que vai ajudar no diagnóstico da doença renal crônica está sendo desenvolvido no laboratório do Departamento de Patologia Básica da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Segundo os pesquisadores, o exame serve para identificar a quantidade de toxinas urêmicas circulando no organismo desses pacientes. 

A tecnologia é importante para verificar precocemente o grau de disseminação da enfermidade e subsidiar informações para tratamentos adequados.

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O protótipo deste teste rápido é semelhante aos de gravidez encontrados em farmácias, que possibilita o monitoramento da doença em pacientes já diagnosticados ou que, por terem casos na família ou comorbidades, podem desenvolver a condição.

A professora do Departamento de Patologia Básica, Andréa Stinghen, explicou em entrevista ao portal da instituição que é possível dosar, no sangue dos pacientes, produtos finais da glicação avançada um tipo de toxina urêmica ligada à proteína que precisa atenção especial, uma vez que pode ser responsável por eventos intracelulares, como estresse oxidativo e inflamação, levando a complicações cardiovasculares.

Na enfermidade, o nível da toxina é significativamente aumentado não apenas por causa da elevada produção dessa toxina, mas pela diminuição da eliminação pelo organismo.

“Considerando a importância das condições relacionadas ao aumento dos AGEs circulantes, a detecção, a quantificação e a compreensão dos efeitos citotóxicos desses componentes são importantes na tentativa de desenvolver novas estratégias terapêuticas, visando diagnosticar precocemente a doença e melhorar a qualidade de vida dos pacientes”, revelou Andréa Stinghen.

Teste rápido para diagnóstico de doença renal crônica está a caminho

Capacitação tecnológica

Os pesquisadores envolvidos ressaltam a importância do projeto também pela questão da formação de profissionais qualificados no país, que faz parte da estratégia para tornar o Brasil cada vez mais independente em termos de produção tecnológica.

Problemas causados por essa dependência estão sendo observados ao longo da pandemia de Covid-19, que obrigou o país a importar tecnologias estrangeiras para itens essenciais ao combate da enfermidade, como testes e vacinas.

Estimativas da doença renal

Segundo dados da Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), a prevalência mundial da doença é de 7,2% para indivíduos acima de 30 anos e de 28% a 46% acima de 64 anos.

No Brasil, a estimativa é de que mais de dez milhões de pessoas sofram com esse problema. Entretanto, existem indícios de subnotificação de diagnóstico, uma vez que a prevalência da doença renal crônica, de 50 a cada 100 mil habitantes, é inferior à de países como o Japão (205 por 100 mil). Isso pode significar que um número grande de brasileiros vem a óbito sem acesso a nenhum tratamento.

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De acordo com o censo da Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), com dados de 2018, a estimativa era de que mais de 133 mil estavam em tratamento de diálise. A taxa de mortalidade anual desse grupo de pacientes foi calculada em cerca de 20% e havia quase 30 mil pessoas na fila de espera por um transplante de rim, o que representa 22% da lista.

*Esse artigo foi revisado pela equipe médica da PEBMED

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