Transmissão vaginal de câncer de mães com câncer cervical para bebês

O New England Journal publicou um artigo surpreendente relatando dois casos de transmissão vertical de câncer cervical. Saiba mais.

No início deste ano de 2021, o New England Journal publicou um artigo surpreendente relatando dois casos de transmissão vertical de câncer de colo de útero ocorridos no Japão.

O artigo relata que as duas crianças aos dois e seis anos com diagnóstico de câncer de pulmão contraíram o tumor a partir da mãe, já que as neoplasias nas crianças do sexo masculino não tinham o cromossomo Y e compartilharam várias mutações somáticas, um genoma de HPV e alelos dos tumores das mães. 

O New England Journal publicou um artigo surpreendente relatando dois casos de transmissão vertical de câncer cervical. Saiba mais.

Relatos de casos de transmissibilidade vertical de câncer

A transmissibilidade vertical de tumores é considerada um evento extremamente raro, a incidência estimada é de aproximadamente um caso para cada 500.000 mães com câncer. 

Os dados na literatura sugerem uma transmissão hematogênica, transplacentária. Até o momento, encontramos casos envolvendo mães com leucemia, câncer de pele, pulmão e colo do útero e frequentemente incluíam a disseminação de células tumorais para vários órgãos do bebê, e não estritamente localizada, como é o caso deste relato de casos, em que o tumor se restringe aos pulmões. 

Contaminação por fluidos vaginais

Os autores deste artigo demostram que a transmissão do tumor no canal vaginal durante o parto também é possível. No relato, o padrão peribrônquico de crescimento tumoral em ambas as crianças sugeriu que as lesões surgiram da transmissão vaginal de mãe para filho através da aspiração de fluidos vaginais contaminados com tumor durante o nascimento. 

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No primeiro caso, o bebê foi diagnosticado com câncer de pulmão em ambos os pulmões próximo aos dois anos de idade, e sua mãe com câncer de colo de útero três meses após o parto, embora a citologia cervical durante o pré natal tenha sido negativa.

No segundo caso, a criança foi diagnosticada aos 6 anos com um adenocarcinoma mucinoso do pulmão esquerdo. Durante o pré natal, um tumor polipóide cervical foi encontrado na mãe, mas a citologia cervical foi negativa e o tumor estava estável não havendo intervenção. A biópsia da lesão cervical após o parto revelou adenocarcinoma. Dado o diagnóstico aos seis anos de idade, a transmissão cervical não foi inicialmente suspeitada. No entanto, as evidências que implicam a transmissão cervical indicaram crescimento lento do tumor no menino, sugerindo novamente uma resposta aloimune contra o tumor transmitido.

 

Referência bibliográfica:

  • Vaginal Transmission of Cancer from Mothers with Cervical Cancer to Infants. Arakawa, AyumuIchikawa, HitoshiKubo, Takashi; et al. N Engl J Med ; 384(1): 42-50, 2021 01 07. doi: 10.1056/NEJMoa2030391

 

 

 

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