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O transtorno bipolar é caracterizado pela alteração do humor, indo da euforia à depressão extremas. O paciente com o distúrbio pode permanecer no estágio maníaco ou depressivo durante semanas e depois mudar repentinamente para o extremo oposto. Como a doença não tem cura, o tratamento age no controle das manifestações clínicas e na severidade dos episódios por medicamentos antipsicóticos e antidepressivos. O diagnóstico do transtorno bipolar é realizado por meio da história psiquiátrica bem colhida e exame psíquico do paciente.
Estudos recentes sugerem que a disfunção mitocondrial, o estresse oxidativo e certas inflamações exercem papéis essenciais no transtorno bipolar. Pesquisadores do Irã constataram que a coenzima Q10 (CoQ10), conhecida por ubiquinona, pode auxiliar de maneira adjuvante no tratamento de pacientes diagnosticados com o distúrbio. Por ser um modulador mitocondrial, e um composto anti-inflamatório e antioxidante, o fármaco agiria diretamente no controle fisiopatológico da doença.
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Em um estudo randômico e controlado, os pesquisadores buscaram comprovar a eficácia da CoQ10. Participaram do levantamento 69 pacientes diagnosticados com transtorno bipolar e que, na base, já recebiam medicação para o controle dos sintomas. Os voluntários foram designados aleatoriamente em dois grupos, o primeiro recebeu a coenzima Q10, na dose diária de 200 mg, e o segundo grupo recebeu placebo. O follow-up durou dois meses e os sintomas do transtorno em cada paciente foram avaliados com base na Escala de Depressão de Montgomery-Asberg, os dados foram comparados no início da pesquisa, na quarta semana e na oitava semana.
Com o tempo, os sintomas de depressão diminuíram nos dois grupos. Porém, se comparados os grupos, a resposta foi maior nos indivíduos medicados com a CoQ10 em relação aos que receberam placebo (72% vs 12%) na oitava semana. A coenzima Q10 provocou efeitos adversos mínimos e foi bem tolerada nos pacientes. Entretanto, a remissão dos sintomas foi significantemente baixa nos dois grupos (8% vs 0%).
Com base nos resultados, apesar da comprovação dos efeitos benéficos da coenzima Q10, pesquisadores indicam que o composto seja administrado como tratamento complementar do transtorno bipolar e não primário.
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*Esse artigo foi revisado pela equipe médica da PEBMED
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