O Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) é o termo usado para a descrição de transtornos do desenvolvimento neurológico, que pode se apresentar através de múltiplas formas de dificuldades de comunicação precoce, interação social e pela presença de comportamentos sensórios-motores repetitivos ou restritos, em alguns pacientes. O estudo e grande conscientização da população e dos profissionais da saúde sobre essa possibilidade diagnóstica levou ao aumento expressivo do conhecimento sobre a doença resultando em maior número de diagnósticos nos últimos anos.
O diagnóstico em pediatria continua sendo um grande desafio. Nos lactentes por volta dos seis meses de vida há poucos sinais e sintomas que fazem distinção entre os pacientes com ou sem TEA que receberam um diagnóstico posterior, o que mostra uma das possibilidades de atraso no diagnóstico, visto os sintomas mais consistentes de TEA estão presentes entre 12 e 24 meses de vida.
Afinal, quais são as possíveis primeiras manifestações clínicas dos pacientes com TEA?
Com o objetivo de auxiliar o pediatra geral na suspeita diagnóstica de TEA, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) lançou em 2019 um manual de orientações sobre TEA. Neste manual, algumas manifestações clínicas são reforçadas, com ênfase no primeiro ano de vida, para que essa suspeita diagnóstica possa ser realizada. Dentre eles destacam-se os seguintes sintomas:
- Perda de habilidades já adquiridas;
- Não se atentar para sons, ruídos e vozes no ambiente;
- Ausência de sorriso social;
- Contato visual ausente e deficiência no olhar sustentado;
- Pouca atenção à face humana (preferência por objetos);
- Maior interesse por objetos do que por pessoas;
- Pouca ou nenhuma vocalização;
- Aversão ao toque;
- Baixa frequência de sorriso e reciprocidade social;
- Interesses não usuais;
- Incômodo incomum com sons altos;
- Distúrbio de sono moderado ou grave;
- Irritabilidade no colo e pouca responsividade no momento da amamentação;
Vale ressaltar que, a perda de habilidades durante o desenvolvimento é um dos principais sinais de alerta para TEA, independente da idade do paciente. Outros sinais que relacionados à faixa etária do paciente também são relevantes, como a ausência de expressões faciais e pouco engajamento social e comunicativo aos seis meses de idade, não olha para onde o cuidador aponta ou não faz imitações aos nove meses e não realiza gestos convencionais como dar tchau aos doze meses.
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A avaliação do desenvolvimento psicomotor é essencial e indispensável durante as consultas de rotina de pediatra ou até mesmo durante consulta com o subespecialista pediátrico, com o objetivo de diagnosticar precocemente os pacientes para que o tratamento seja estabelecido.
4 abr. 2024 
6 min. 
