Tratamento com animais traz melhorias para pacientes psiquiátricos

Projeto pioneiro no Brasil analisou a interação de pacientes psiquiátricos com animais. O que resultou em uma grande melhoria para esses pacientes.

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A interação de pacientes psiquiátricos com animais resultou em uma grande melhoria motivacional, motora e psicológica, segundo um projeto pioneiro realizado no Brasil.

Os resultados do projeto foram apresentados recentemente pela psicopedagoga Liana Pires Santos, no Curso Pet Terapia, durante Reatech – Feira Internacional de Tecnologias em Reabilitação, Inclusão e Acessibilidade, considerada a principal feira do setor na América Latina.

Na palestra “Resultados de Implantação de Projeto de TAA em Instituição de Saúde Mental”, Liana Santos fez um resumo do trabalho. Ele foi realizado em 2018 e acompanhou por um ano inteiro cerca de 30 pacientes psiquiátricos atendidos no departamento de doença mental do Hospital Vera Cruz, em Campinas, São Paulo.

Com base no perfil dos pacientes, eles recebiam visitas de quatro grupos de animais: caninos, para quem tinha dificuldades motoras; roedores e lagomorfos (como coelhos), para esquizofrênicos, autistas, entre outros; aves com bico curvo, para quem precisava estimular a linguagem e trabalhar a atenção; e até jabutis, para pacientes com distúrbio de aprendizagem, por exemplo.

A proposta era oferecer a terapia com o método de abordagem integrada e tirar essas pessoas do sedentarismo, como alimentar um coelho ou passear com um cachorro.

Participaram do tratamento pacientes com diversas patologias das doenças mentais, como esquizofrenia, e até dependência de drogas.

Foram realizados atendimentos semanais de 30 minutos em cada pavilhão com dinâmicas de grupo com a neuropsicóloga e a equipe completa durante o ano de 2018.  A metodologia clínica foi embasada no modelo funcional e na observação das dinâmicas de grupo.

“Conseguimos mensurar os ganhos psiquiátricos. Os pacientes passaram a se vincular ao método terapêutico e a esperar as visitas semanais dos animais. Concluímos que a terapia alterou e melhorou questões motivacionais, além da parte motora e psicológica”, afirmou Liana Santos, que atua com reabilitação há mais de 20 anos nas áreas de Neurologia e saúde mental.

Segundo a psicoterapeuta, o objetivo era humanizar mais a situação manicomial. “Foi uma super experiência para toda a nossa equipe e estamos muito felizes com isso. Estamos solidificando e fundamentando as práticas das terapias assistidas por animais”, conta entusiasmada Liana Santos, que também é representante da ANDE-BRASIL (Associação Nacional de Equoterapia) e diretora do GATI (Grupo de Abordagem Terapêutica Integrada).

Graças à atuação da ANDE-BRASIL, a lei do método terapêutico foi sancionada no país, sendo este um grande avanço na questão com terapias com animais.

Para Liana Santos, os profissionais de saúde precisam formar parcerias com especialistas de diferentes áreas e também com empresas. “As instituições de saúde precisam se unir para começar a formular e fundamentar esses métodos, colocando em prática novas ações terapêuticas”, afirma a neuropsicóloga.

O trabalho foi realizado em parceria com a Fundação Getúlio Vargas, com o objetivo de mobilizar terapias inovadoras na área psiquiátrica.

Lei do Método Terapêutico

A Lei do Método Terapêutico regula a prática da equoterapia, como todo o método terapêutico e educacional que utiliza o cavalo dentro de uma abordagem interdisciplinar, nas áreas da saúde, educação e equitação, buscando o desenvolvimento biopsicossocial da pessoa com deficiência.

A equoterapia é empregada para o tratamento de lesões neuromotoras de origem encefálica ou medular; patologias ortopédicas congênitas ou adquiridas; disfunções sensório-motoras; distúrbios evolutivos, comportamentais, de aprendizagem e emocionais.

A nova legislação vigente desde novembro do ano passado também obriga os planos de saúde a oferecer a equoterapia para pessoas com deficiência.

 

Referências:

  • http://feapaesp.org.br/verNoticia.asp?idnoticia=2448

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