Tratamento diminui risco de 25% na recorrência de câncer de mama HR+/HER2-

Tratamento que combina o medicamento oral verzenios com terapia endócrina adjuvante padrão diminuiu o risco de recorrência do câncer de mama.

O tratamento que combina o medicamento oral verzenios (abemaciclibe) com terapia endócrina adjuvante padrão (ET) diminuiu em 25% o risco de recorrência do câncer de mama em comparação à terapia endócrina adjuvante padrão sozinha para pacientes com câncer de mama HR+/HER2- precoce de alto risco.

Os resultados do estudo monarchE, da Eli Lilly, foram  apresentados no Simpósio Presidencial do Congresso Virtual da Sociedade Europeia de Oncologia Médica (ESMO) 2020 e publicado simultaneamente no Journal of Clinical Oncology.

Tratamentodiminuiu o risco de recorrência do câncer de mama.

Novo padrão de tratamento em potencial

Segundo os autores, essa descoberta pode representar um novo padrão de tratamento para os pacientes de câncer de mama.

“Este é um marco importante para quem vive com câncer de mama HR +, HER2- precoce de alto risco, potencialmente um dos avanços mais notáveis no tratamento nas últimas duas décadas para esta população de pacientes com câncer de mama“, disse Stephen Johnston, MD, PhD., professor de Medicina de Câncer de Mama e oncologista consultor da The Royal Marsden NHS Foundation Trust (Londres, Reino Unido) e investigador principal do estudo monarchE.

Próximos passos

De acordo com o release entregue à imprensa, a Lilly, empresa responsável pelo medicamento, está enviando esses resultados aos órgãos reguladores em todo o mundo e espera oferecer Verzenios como uma nova opção de tratamento para esses pacientes.

“Este é um desenvolvimento empolgante para pacientes com câncer de mama precoce HR +, HER2-, especialmente porque o ensaio incluiu mulheres em qualquer estado de menopausa, assim como homens”, revela Jean Sachs, MSS, MLSP, CEO da Living Beyond Breast Cancer.

Mais sobre o estudo

O estudo monarchE foi realizado com 5.637 pacientes com câncer de mama HR +, HER2- precoce de alto risco, em mais de 600 locais espalhados por 38 países.

Foram 297 participantes brasileiros, de 21 centros de estudo no país, com destaque para um centro de pesquisa em São Paulo, que registrou o maior número de pacientes no estudo no mundo.

Os dados de segurança foram consistentes com o perfil de segurança conhecido de Verzenios. Outra boa notícia é que nenhum novo evento adverso foi observado.

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No momento da análise, 70% dos pacientes em cada braço ainda estavam no período de tratamento de dois anos. O acompanhamento médio foi de 15,5 meses em ambos os braços. A duração média com o tratamento foi de 14 meses.

Todos os pacientes recebem terapia endócrina padrão por, pelo menos, cinco anos se considerados clinicamente apropriados. O objetivo principal foi avaliar a sobrevida livre de doença invasiva que, no monarchE, é definida como o período antes do câncer voltar ou o óbito. Os objetivos secundários incluem sobrevida livre de recidiva à distância, sobrevida global, segurança, farmacocinética e desfechos de saúde do paciente.

O alto risco foi definido especificamente como mulheres (qualquer estado da menopausa) e homens com câncer de mama HR +, HER2 precoce com quatro ou mais linfonodos axilares patologicamente positivos (pALNs) ou 1 a 3 pALNs patológicos com pelo menos uma das seguintes características de risco: tamanho primário do tumor invasivo maior ou igual a 5 cm, tumor histológico de grau 3 ou índice central da proteína Ki-67 maior ou igual a 20%.

Se aplicável, os pacientes também devem ter concluído quimioterapia e radioterapia adjuvante antes da inscrição e se recuperado de todos os efeitos colaterais agudos.

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Sobre o medicamento

Verzenios é um inibidor das enzimas CDK4 e CDK6 utilizado para o tratamento do subtipo mais comum de câncer de mama metastático: o HR+/HER2- (receptor hormonal positivo/receptor de fator de crescimento epidérmico humano 2 negativo).

O remédio é administrado em combinação com inibidor de aromatase (anastrozol ou letrozol) como tratamento inicial ou em combinação com fulvestranto em casos de progressão da enfermidade após terapia hormonal inicial ou ainda em monoterapia em mulheres refratárias à terapia endócrina, cuja doença progrediu e já tenha recebido de um a dois regimes quimioterápicos anteriores.

*Esse artigo foi revisado pela equipe médica da PEBMED

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