Traumatismo cranioencefálico: hipotermia terapêutica é eficaz?

Um estudo recente tentou verificar a eficácia da hipotermia na prevenção de desfechos desfavoráveis ao paciente com traumatismo cranioencefálico. Confira os resultados.

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O traumatismo cranioencefálico (TCE) é a principal causa de mortalidade não natural em indivíduos de 1 a 44 anos. A forma mais grave está associada à taxa de óbito de 30 a 70% dos pacientes acometidos com o TCE. Entre as causas mais comuns da lesão estão choques ocorridos em alguma prática esportiva, quedas, ou acidentes de trânsito.

CBMI 2018

Traumatismo cranioencefálico x hipotermia terapêutica

A hipotermia terapêutica é uma das técnicas usadas para diminuir lesões neurológicas, tanto em pacientes com parada cardiorrespiratória quanto os acometidos com traumatismo cranioencefálico. Um estudo realizado entre 2010 e 2017, apresentado no congresso anual da European Society of Intensive Care Medicine e publicado em outubro na Jama Network, tentou verificar a eficácia da hipotermia na prevenção de desfechos desfavoráveis ao paciente com TCE.

A pesquisa multicêntrica e randômica coletou dados de centros de emergência de seis países e selecionou 511 pacientes, que receberam atendimento fora do hospital ou em departamentos emergenciais após sofrerem trauma cerebral severo. Os participantes foram designados aleatoriamente em dois grupos, o primeiro recebeu tratamento com hipotermia terapêutica (n=266) e o segundo recebeu tratamento normotermático (n=245).

Leia mais: Como atender inicialmente o paciente vítima de traumatismo crânioencefálico?

A hipotermia foi induzida por pelo menos 72 horas a partir do atendimento e durante uma semana se a pressão intracraniana continuasse elevada, seguida de reaquecimento corporal gradativo. O tratamento normotermático teve como meta manter o paciente na temperatura estabilizada em 37°C.

Resultados

Ao final da pesquisa, no sexto mês de follow-up, ocorreu melhora no quadro clínico de 117 pacientes (48,8%) do grupo tratado com hipotermia terapêutica e em 111 participantes (49,1%)  do grupo do tratamento normotermático.  (diferença no risco, 0,4% [IC 95%, [–9,4% a 8,7%]); ou seja, não houve diferença significativa entre os dois métodos.

No grupo da hipotermia os índices de pneumonia ficaram em 55%, enquanto nos pacientes do outro grupo a taxa foi de 51.3%. O sangramento intracraniano teve taxa de 18,1% nos indivíduos do primeiro grupo e 15,4% nos do segundo.

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*Esse artigo foi revisado pela equipe médica da PEBMED

Referências:

  • Cooper DJ, Nichol AD, Bailey M, et al. Effect of Early Sustained Prophylactic Hypothermia on Neurologic Outcomes Among Patients With Severe Traumatic Brain InjuryThe POLAR Randomized Clinical TrialJAMA.Published online October 24, 2018. doi:10.1001/jama.2018.17075

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