Troca valvar pulmonar via transcateter: quais são os resultados a longo prazo?

Um estudo se propôs a avaliar os desfechos a médio e longo prazo em pacientes submetidos a troca valvar pulmonar transcateter.

A troca valvar aórtica transcateter por estenose aórtica se tornou um tratamento promissor, inicialmente em pacientes com risco cirúrgico proibitivo, posteriormente para pacientes com risco cirúrgico elevado e intermediário. A possibilidade de sucesso com um procedimento de troca valvar sem peito aberto levou a tentativa de troca de outras valvas, porém diferenças anatômicas relacionadas ao anel valvar ainda não permitiram que todas as valvas possam ter trocadas dessa maneira. Entretanto, duas marcas de valvas Melody e Sapien foram capazes de obter sucesso na troca de valvas pulmonares em pacientes com estenose ou insuficiência. 

troca valvar

Estudo

Um estudo publicado no JACC se propôs a avaliar os desfechos a médio e longo prazo em pacientes submetidos a troca valvar pulmonar transcateter. Para isso foi utilizado um registro internacional. Os pacientes elegíveis tinham sido submetidos a troca valvar transcateter com as duas valvas citadas anteriormente. O desfecho primário era composto por morte, qualquer necessidade de reintervenção via transcateter e a necessidade de retirada da valva.

Metodologia

Foram estudados um total de 2.476 pacientes com um seguimento médio de 2,8 anos. A idade média foi de 20,5 anos com uma variação ampla de 10 meses a 79 anos. Foram 95 óbitos com uma mortalidade cumulativa de 8,9% em oito anos pós implante valvar. Os fatores de risco associados a morte foram a idade no momento do implante valvar (pior nos extremos de idade RR, 1,04), a presença de outra valva protética (RR, 2,1) e a presença de marcapasso transvenoso ou um cardiodesfibrilador implantável (RR, 2,1).  Aos oito anos de troca valvar, a incidência de cumulativa de reintervenção percutânea foi de 25% e de reintervenção cirúrgica de 14,4%. Os fatores de risco para reintervenção cirúrgica incluíram idade mais jovem (RR, 0,95 por ano), endocardite prévia (RR, 2,5), TPVR em uma válvula bioprotética com stent (RR, 1,7).

Leia também: Qual a melhor opção de troca valvar aórtica em pacientes renais com estenose da valva?

Considerações

Uma grande preocupação em relação a este tipo de intervenção é a endocardite infecciosa mostrando em estudos recentes incidência cumulativa de 9,5% em cinco anos e de 16,9% em oito anos. Entretanto, esse registro com um número substancial de pacientes mostrou que as taxas de troca valvar percutânea são semelhantes às dos procedimentos cirúrgicos levando essa modalidade a ser considerada uma boa opção, entretanto com um seguimento relativamente curto, estudos adicionais são necessários para trazer mais confiabilidade ao método.

Referências biliográficas:

  • McElhinney DB, Zhang Y, Levi DS, et al. Reintervenção e sobrevivência após a substituição da válvula pulmonar por cateter.  J Am Coll Cardiol 2022; 79: 18-32. 

 

Avaliar artigo

Dê sua nota para esse conteúdo

Selecione o motivo:
Errado
Incompleto
Desatualizado
Confuso
Outros

Sucesso!

Sua avaliação foi registrada com sucesso.

Avaliar artigo

Dê sua nota para esse conteúdo.

Você avaliou esse artigo

Sua avaliação foi registrada com sucesso.

Baixe o Whitebook Tenha o melhor suporte
na sua tomada de decisão.