Tubos com e sem cuff: qual opção traz maior benefício para o paciente pediátrico?

Na prática clínica, muitas vezes o pediatra e anestesista se deparam com a seguinte questão: qual tubo orotraqueal (TOT) usar no paciente pediátrico?

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Na prática clínica, muitas vezes o pediatra e anestesista se deparam com a seguinte questão: qual tubo orotraqueal (TOT) usar no paciente pediátrico? Vale a pena realizar a intubação com um tubo com cuff? Será que existe melhora importante na ventilação que justifique essa abordagem? Será que o uso de TOT com cuff aumenta o risco de complicações?

Buscando responder essas questões, um estudo lançado na revista Anaesthesia 2017 comparou o uso de TOT com cuff e sem cuff em crianças de 0-16 anos que realizaram procedimentos cirúrgicos eletivos com necessidade de intubação orotraqueal.

Os pacientes foram selecionados entre doentes de um hospital australiano com indicação de cirurgia eletiva que necessitassem de intubação orotraqueal de curto prazo; pacientes com necessidade de intubação prolongada pós-procedimento foram excluídos, assim como aqueles menores de 5 kg, com malformações de vias aéreas, cirurgia de vias aéreas ou com contraindicações ao uso de TOT com ou sem cuff. Os participantes foram randomizados aleatoriamente em dois grupos: que receberam intubação com TOT com cuff e TOT sem cuff.

Mais da autora: ‘Sopros cardíacos – como realizar a triagem antes de encaminhar para o cardiologista pediátrico?’

As medidas realizadas foram do volume corrente inspiratório e expiratório em cinco momentos durante a anestesia:

  1. Ventilação controlada a volume (V = 6 ml/kg com PEEP 5 cmH2O);
  2. Ventilação controlada a pressão (PCV = 10 cmH2O com PEEP 5 cmH2O);
  3. Imediatamente após manobra de recrutamento alveolar (10 respirações manuais de 35 cmH20 seguida de PEEP de 5 cmH2O);
  4. 10 minutos após a manobra de recrutamento alveolar;
  5. 20 minutos após a manobra de recrutamento alveolar.

Os resultados obtidos demonstraram diferença estatisticamente significativa, com menor fuga aérea (escape pelo TOT), maior volume corrente inspiratório, menor número de tentativas de intubação ou ajuste do TOT e problemas relacionados à intubação no grupo TOT com cuff, tanto na faixa etária de < 6 anos quanto na faixa etária de 6-16 anos. Esses resultados sugerem uma melhor mecânica ventilatória e um menor índice de efeitos adversos para o grupo intubado com TOT com cuff.

Embora o estudo inclua apenas situações de intubação orotraqueal eletiva e com tempo curto de ventilação mecânica, o estudo lança mais uma luz na discussão sobre uso de TOT com cuff para a faixa etária pediátrica.

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Referências:

  • Chambers NA et al. Cuffed vs. uncuffed tracheal tubes in children: A randomised controlled trial comparing leak, tidal volume and complications. Anaesthesia 2017 Nov 23 || http://dx.doi.org/10.1111/anae.14113

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