Tudo o que você precisa saber sobre lipoaspiração

Atualmente, a lipoaspiração é o procedimento de cirurgia estética mais realizado nos países ocidentais. Essa técnica teve rápido desenvolvimento desde 1970.

Atualmente, a lipoaspiração é o procedimento de cirurgia estética mais realizado nos países ocidentais. Essa técnica teve rápido desenvolvimento desde a década de 1970, quando foi experimentada pela primeira vez por A. e G. Fischer. Atualmente é amplamente utilizado na prática clínica para muitas situações diferentes nos campos estético, reconstrutivo e funcional. A lipoaspiração é um procedimento cosmético muito comum: um método seguro, simples e eficaz de contorno corporal.

A primeira tentativa de remodelar a silhueta do corpo remonta a 1921, quando Charles Dujarrier queria melhorar a forma dos tornozelos e joelhos de paciente dançarino. Ele removeu grande parte da pele e tecidos moles, com uma ampla dissecção subcutânea e longa incisão na pele. O resultado foi trágico por causa de uma remoção excessiva de tecido e sutura muito tensa. Isso causou necrose e amputação.

Em 1977, Illouz desenvolveu equipamento modificado para realizar lipoaspiração e a técnica estendida para todo o corpo. Ele introduziu cânulas c de menor diâmetro para reduzir o trauma tecidual Ele usou três tamanhos diferentes de cânulas de ponta romba, dependendo da área a ser aspirada: a maior (10 mm) para os flancos, quadris e nádegas, e menores para joelhos, tornozelos, abdômen e a menor para a face.

Para tornar a técnica menos traumática e diminuir sangramento, ele desenvolveu gradualmente a “técnica úmida”, com base na injeção de solução salina e hialuronidase na gordura, realizando uma hidrodissecção antes do procedimento de lipoaspiração.

Em 1987, Jeffrey Klein, dermatologista californiano, relatou o uso de grandes volumes de anestesia muito diluída, o que permitiu que a lipoaspiração fosse realizada em grandes volumes completamente sob anestesia local, sem a necessidade de sedação ou anestesia geral. Klein descreveu uma solução que consiste em lidocaína a 0,05%, epinefrina 1: 1.000.000 e 10 mL de bicarbonato de sódio por litro de solução salina, que pode ser infundida no tecido antes da lipoaspiração. Klein também demonstrou que a mesma dose de lidocaína diluída em grande volume de líquido permite obter um bom grau de anestesia, mesmo em grandes áreas, sem evidência de toxicidade sistêmica.

médicos cirurgiões fazendo lipoaspiração

Lipoaspiração

A lipoaspiração nasceu como uma técnica de sucção por meio de uma bomba à vácuo. No entanto, o brasileiro Luiz Toledo, em 1988 , experimentou o uso de seringas descartáveis de diferentes calibres e tamanhos para aspiração de tecido adiposo. A principal vantagem foi uma maior liberdade de movimento para o cirurgião durante o procedimento, tornando a cirurgia mais simples e fácil.

Além disso, as seringas permitem que você conheça com precisão a quantidade de anestésico local que foi infiltrado antes do procedimento e a quantidade exata de gordura removida de cada área, todos os dados que são apenas aproximados com o uso do lipoaspirador. Toledo também propôs a criação de um mapa do corpo do paciente para garantir a simetria, tanto quanto possível. Uma enfermeira marcou exatamente a quantidade de anestésico local injetado e tecido adiposo removido de cada área do corpo para melhorar ao máximo o resultado estético e a simetria.

A lipoaspiração com base no ultrassom foi introduzida por Zocchi, na Itália, em 1992, como uma alternativa à sucção convencional com cânulas. Zocchi credita a Scuderi o conceito original de lipoexérese.

Essa técnica baseia-se na aplicação de ultrassom no tecido adiposo a ser aspirado, resultando em efeitos térmicos e mecânicos nos adipócitos circundantes. Essas oscilações mecânicas passam pela cânula que emite as ondas na ponta.

Os efeitos térmicos desempenham um papel na dissolução da gordura e devem ser dissipados pela infiltração de tecido

Zocchi detalhou o que ele acreditava serem as vantagens da técnica ultrassônica em relação à lipoaspiração tradicional: tratamento mais seletivo do tecido indesejado, preservando as estruturas circundantes de maior densidade; eliminação da “parte fluida” do tecido adiposo (ácidos graxos), deixando a parede adipocitária e a substância intercelular para criar uma superfície lisa na pele; contração da pele secundária à estimulação da derme por energia ultrassônica; correção de celulite; uma vez que a gordura é dissolvida com ultrassom, o procedimento requer menos esforço físico por parte do cirurgião.

Indicações

Principais indicações de lipoaspiração e lipoenxertia:

  • Lipoma e lipomatose múltipla;
  • Manejo dos retalhos muscocutâneos ou fasciocutâneos;
  • Síndromes de lipedema e lipodistrofia;
  • Lipodistrofia induzida por insulina;
  • Área genital e Disfunção sexual;
  • Lipodistrofia cervicodorsal associada ao HIV;
  • Ginecomastia, macromastia e gigantomastia;
  • Hiperidrose axilar;
  • Contorno corporal pós-bariátrico;
  • Contorno corporal estético.

Mais do autor: Mamas tuberosas: o que é e qual cirurgia é indicada?

Complicações

Com a seleção apropriada de pacientes e técnicas minimamente traumáticas, muitas complicações podem ser evitadas.

As verdadeiras complicações possíveis incluem defeitos de contorno, alterações permanentes da cor da pele, infecção, êmbolos, hematomas ou seromas.

A presença de equimoses depende da localização e tamanho da área tratada, da duração do procedimento e dos fatores individuais. O edema é muito comum e geralmente persiste por várias semanas. Em algumas áreas , como tornozelos e panturrilhas, pode persistir por seis meses ou um ano.

Hiperestesia são comuns após o procedimento, que melhorarão gradualmente em três a seis meses após a cirurgia. A hiperpigmentação é uma condição relativamente pouco frequente e, quando aparece, diminui gradualmente e, em casos mais graves, responde bem ao tratamento com agentes tópicos.

Lipoaspiração excessivamente agressiva pode levar a seromas.

A infecção é extremamente incomum (incidência <1%). Isso pode ser devido a uma combinação de técnica estéril, pequenas incisões e os efeitos antibacterianos da lidocaína.

A complicação pós-operatória mais comum são as irregularidades do contorno, com incidência de 2,7%.

Usar cânulas pequenas, não realizar lipoaspiração superficial, desativar a sucção ao sair de incisões, cruzar áreas, analisar constantemente áreas (visuais e táteis) e o posicionamento adequado podem ajudar a reduzir a chance de irregularidades no contorno. A transferência de gordura autóloga no momento da cirurgia ou 6 meses no pós-operatório pode ser usada para ajudar a corrigir deformidades ou melhorar o contorno corporal.

Conclusão

A lipoaspiração tem muitas aplicações clínicas, tanto no campo da cirurgia estética quanto na cirurgia funcional e reconstrutiva.

A obesidade, inicialmente um critério claro de exclusão, não é mais considerada como tal.

A liposcultura é uma ótima ferramenta para redefinir o perfil do corpo em pacientes que sofrem significativa perda de peso. Entretanto, para obter resultados estéticos satisfatórios, é sempre necessário associar a cirurgia de excisão para remover o excesso de pele.

Um estudo recente relata o uso da lipectomia abdominal como procedimento adjuvante para auxiliar na perda de peso a longo prazo, como parte do tratamento geral de pacientes em cirurgia bariátrica.

Nos últimos anos, a lipoaspiração tornou-se mais importante como um método para colher células-tronco autólogas e derivadas de adipócitos. O lipofilling é uma técnica amplamente utilizada em várias situações clínicas diferentes, como correção de assimetria e defeitos no perfil do corpo, perda de volume, para melhorar cicatrizes retrógradas ou atróficas ou medicina regenerativa para o tratamento de feridas crônicas.

A grande evolução no momento é a lipoaspiração de alta definição que será tema de artigo posteriormente.

Quer receber as principais atualizações do Portal PEBMED? Inscreva-se aqui!

Referências bibliográficas:

  • Coleman W.P., 3rd The history of liposuction and fat transplantation in America. Dermatol Clin. 1999;17:723–727
  • Kesselring L.K., Meyer R. A suction curette for removal of excessive local deposits of subcutaneous fat. Plast. Reconstr. Surg. 1978;62:305.
  • Kesselring U. Regional fat aspiration for body contouring. Plast. Reconstr. Surg. 1983;72:610–619.
  • Hetter G., editor. Lipoplasty: the Theory and Practice of Blunt Suction Lipectomy. Little, Brown & Co; Boston: 1984
  • Fischer A., Fischer G. First surgical treatment for molding body’s cellulite with three 5 mm incisions. Bull. Int. Acad. Cosmet. Surg. 1976;3:35
  • Fischer G. Liposculpture: the correct history of liposuction: Part I. J. Dermatol Surg. Oncol. 1990;16:1087
  • Illouz Y. Body contouring by lipolysis: a 5 year experience with over 3000 cases. Plast. Reconstr. Surg. 1983;72:511.
  • Illouz Y.G. History and current concepts of lipoplasty. Clin. Plast. Surg.
  • Lei H., Ma G., Chen J. Combination excision and liposuction in a single-stage treatment of various skin disorders. Int. J. Dermatol. 2010;49:311–316.
  • Ibrahim A.E., Dibo S.A., Shady S.H. Reverse tissue expansion by liposuction deflation for revision of post-surgical thigh scars. Int. Wound J. 2011;8:622–631.
  • Alter G.J. Pubic contouring after massive weight loss in men and women: correction of hidden penis, mons ptosis, and labia majora enlargement. Plast. Reconstr. Surg. 2012;130:936–947.
  • Mokhless I.A., Abdeldaeim H.M., Rahman A. Penile advancement and lengthening for the management of post-circumcision traumatic short penis in adolescents. Urology. 2010;76:1483–1487.
  • Fedok F.G., Houck J.R., Manders E.K. Suction assisted lipectomy in the management of obstructive sleep apnea. Arch. Otolaryngol. Head. Neck Surg. 1990;116:968–970.
  • Samdal F., Amland P.F., Bakka A. Troublesome colostomies and urinary stomas treated with suction-assisted lipectomy. Eur. J. Surg. 1995;161:361–364.
  • Samdal F., Brevik B., Husby O.S. A troublesome urostomy treated with liposuction. Case report. Scand. J. Plast. Reconstr. Surg. Hand Surg. 1991;25:91–92.
  • Rohrich R.J., Broughton G., II, Horton B., Lipschitz A., Kenkel J.M., Brown S.A. The key to long-term success in liposuction: a guide for plastic surgeons and patients. Plast. Reconstr. Surg. 2004;114:1945–1952. discussion 1953

Avaliar artigo

Dê sua nota para esse conteúdo

Selecione o motivo:
Errado
Incompleto
Desatualizado
Confuso
Outros

Sucesso!

Sua avaliação foi registrada com sucesso.

Avaliar artigo

Dê sua nota para esse conteúdo.

Você avaliou esse artigo

Sua avaliação foi registrada com sucesso.

Baixe o Whitebook Tenha o melhor suporte
na sua tomada de decisão.