Um novo horizonte para o tratamento do diabetes e o risco cardiovascular

Pacientes com diabetes tipo II estão sujeitos a maior risco cardiovascular e pessoas que possuem doença cardiovascular e diabetes tem maior risco de morte.

banner250x250Pacientes portadores de diabetes tipo II estão sujeitos a um maior risco cardiovascular e pessoas que possuem doença cardiovascular e diabetes tem maior risco de morte. Não há ainda evidência convincente de que a redução da glicose sérica diminua as taxas de eventos cardiovasculares e morte, apesar de ter sido evidenciado moderado benefício cardiovascular após um longo período de seguimento. Entretanto alguns medicamentos hipoglicemiantes mostraram até aumento da mortalidade cardiovascular, como por exemplo, a rosiglitazona.

Os inibidores do SGLT-2 (do inglês sodium glucose cotransporter – 2) já aprovados para o tratamento da diabetes tipo II vêm apresentando bons resultados na prevenção de eventos cardiovasculares.

Veja também: Diabetes Tipo 2: Os 13 Princípios do Tratamento

O SGLT-2 está presente no seguimento S1 do túbulo contorcido proximal no néfron e é responsável por facilitar reabsorção de glicose. Pertence à família dos SGLT, que possui mais 5 subtipos identificados até o momento. O SGLT-2 está expresso quase que exclusivamente no rim e quando inibido mostra um bloqueio na reabsorção renal de glicose e excreção da mesma pela urina. A glicose que não é reabsorvida pelo SGLT-2 acaba sendo reabsorvida pelo SGLT-1 no seguimento S3 do túbulo contorcido proximal. O SGLT-1 também é expresso nos intestinos, coração , fígado e pulmão, com sua principal função sendo a absorção de glicose e galactose no intestino. A inibição dos receptores SGLT -1 não é desejável, pois a interrupção da absorção de glicose nos intestinos causa diarreia e desidratação grave.

Os inibidores de SGLT-2 são representados pelos medicamentos empaglifozina, canaglifozina e dapaglifozina, todos aprovados para uso em humanos pelo FDA. Mostraram nos primeiros estudos serem eficazes em reduzir a glicose sérica sem grandes efeitos colaterais . Eles demonstraram efeitos benéficos na perda de peso e controle de pressão arterial sem aumentar a frequência cardíaca, além de apresentar resultados favoráveis na rigidez das artérias, na resistência vascular e na adiposidade visceral. São responsáveis também por aumentos dos colesteróis HDL e LDL. Os principais efeitos colaterais foram infecções urinárias e do trato genital.

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O estudo EMPA-REG selecionou 7.020 pacientes para tomar empaglifozina 10mg, 25mg e placebo por um período médio de 3 anos. A empaglifozina reduziu o risco de morte cardiovascular em 38%,  hospitalização por insuficiência cardíaca em 35% e morte por qualquer causa em 32%.

Uma metanálise com 9.339 pacientes analisou os resultados dos estudos envolvendo a dapaglifozina evidenciando também bons desfechos cardiovasculares.

Com desfechos tão  animadores o tratamento do diabetes vem entrando cada vez mais no cotidiano dos cardiologistas. É esperado que os outros inibidores do SGLT-2 repitam os bons resultados apresentados pela empaglifozina, reduzindo assim ainda mais a mortalidade cardiovascular de pacientes metabolicamente complexos como os diabéticos tipo II.

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Referências:

  • Sonesson C, Johansson PA, Johnsson E, Gause-Nilsson I. Car- diovascular effects of dapagliflozin in patients with type 2 dia- betes and different risk categories: a meta-analysis. Cardiovasc Diabetol. 2016;15(1):37.
  • Grempler R, Thomas L, Eckhardt M, Himmelsbach F, Sauer A, Sharp DE, Bakker RA, Mark M, Klein T, Eickelmann P. Empagli ozin, a novel selec- tive sodium glucose cotransporter-2 (SGLT-2) inhibitor: characterisa- tion and comparison with other SGLT-2 inhibitors. Diab Obes Metab. 2012;14:83–90.
  • Zinman B, Wanner C, Lachin JM, Fitchett D, Bluhmki E, Hantel S, Mattheus M, Devins T, Johansen OE, Woerle HJ, Broedl UC, Inzucchi SE. EMPA-REG OUTCOME investigators: empagli ozin, cardiovascular outcomes, and mortality in type 2 diabetes. N Engl J Med. 2015;373:2117–28.
  • Inzucchi SE, Zinman B, Wanner C, et al. SGLT-2 inhibitors and cardio- vascular risk: proposed pathways and review of ongoing outcome trials. Diab Vasc Dis Res. 2015;12(2):90– 100.

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