Urina de 24 horas: como orientar a coleta?

Embora a coleta/conservação de urina seja simples, ela costuma gerar muitas dúvidas nos pacientes e até nos profissionais de saúde.

A urina é um líquido biológico formado a partir do processo de filtração glomerular. É um material riquíssimo, que pode trazer informações valiosas não só sobre a função renal em si, mas também sobre o estado metabológico do paciente, monitorização de drogas, etc. 

Devido, dentre outros fatores, à variação do ritmo circadiano, metabolismo, dieta, hidratação e condições ambientais, podem ocorrer alterações entre a composição final da urina ao longo do dia. Essas variações interferem nas concentrações de alguns analitos que são mais sensíveis a essas flutuações. 

Nesses casos, a principal forma de mitigar as alterações na urina é a coleta da amostra pelo período de 24 horas. Embora a coleta/conservação desse tipo de material seja relativamente simples, ela costuma gerar muitas dúvidas nos pacientes (e até nos próprios profissionais de saúde).  

É importante salientar que a inadequação dessa fase pré-analítica é a maior responsável pelos erros nas análises quantitativas na urina (e nos exames laboratoriais como um todo), sendo uma etapa importantíssima e que merece total atenção.

Saiba mais: A análise laboratorial do líquido pleural

urina

Como devo orientar meu paciente? 

  • Instruir o paciente a manter sua rotina, dieta, hidratação, e uso de medicações habituais antes e durante toda a coleta, salvo recomendação médica ou do laboratório em contrário; 
  • Primeiro dia: no início do período da coleta, pela manhã, deve-se procurar esvaziar totalmente a bexiga, desprezando integralmente essa micção. O horário (ex.: 07:00h) deverá ser anotado; 
  • A partir desse procedimento, coletar todo o volume de toda a urina produzida nas próximas 24 horas em um frasco coletor próprio, fornecido pelo laboratório; 
  • Segundo dia: no final do período, exatamente na hora em que ele foi iniciado no dia anterior (no exemplo, às 07:00h), deve-se urinar (esvaziando completamente a bexiga), adicionando o volume completo dessa micção ao frasco, junto à toda urina coletada anteriormente; 
  • Encaminhe prontamente todo o material ao Laboratório Clínico, informando eventuais intercorrências e, se for o caso, a relação dos medicamentos utilizados.

Leia também: Quais os aspectos laboratoriais do ácido úrico?

Mensagem final 

O Laboratório Clínico é a entidade que melhor reúne os conhecimentos clínicos-laboratoriais e, dessa maneira, possui a maior capacidade técnica de instruir os pacientes para a coleta da urina de 24 horas. Essas orientações devem ser fornecidas, de preferência, de forma verbal e escrita. 

 Entretanto, o médico assistente também deve ser detentor de alguns conhecimentos laboratoriais básicos e, devido à relação médico-paciente, muitas vezes é o profissional de confiança e de referência na busca de orientações em geral. Os médicos podem (e devem), portanto, guiar seus pacientes acerca dos preparos necessários aos exames que foram solicitados.

 

Referências bibliográficas:

  • Kanaan S. Laboratório com interpretações clínicas. 1a ed. Rio de Janeiro: Atheneu; 2019.
  • McPherson RA, Pincus MR, eds. Henry’s Clinical Diagnosis and Management by Laboratory Methods. 23rd ed. St. Louis, MO: Elsevier; 2017.
  • SBPC/ML. Recomendações da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial (SBPC/ML): coleta e preparo da amostra biológica. Barueri: Minha Editora; 2014.
  • SBPC/ML. Recomendações da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial (SBPC/ML): fatores pré-analíticos e interferentes em ensaios laboratoriais. 1.ed. Barueri: Manole; 2018. 

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