Uso da angioTC coronárias no pré-operatório

Estudos mostraram que há relação proporcional entre número de estenoses presentes na angioTC e o risco de eventos cardiovasculares. Saiba mais:

Tempo de leitura: [rt_reading_time] minutos.

As complicações cardiovasculares são uma das mais frequentes no pós-operatório, e nos procedimentos de moderado a alto risco é obrigatória uma avaliação clínica no pré-operatório – o famoso “risco cirúrgico”. Como reportado em textos anteriores, o índice de risco cardíaco modificado (ou índice de Lee) é utilizado para estimar o risco em pacientes assintomáticos.

Quando o escore pontua ≥ 3, há indicação de teste funcional, para identificar pacientes com grande área isquêmica, sendo proposto um teste ergométrico, cintilografia ou ecocardiograma de estresse. Se houver critérios de alto risco, aí sim há recomendação para coronariografia.

Leia maisComo avaliar o risco cirúrgico no paciente cardiopata?

Uma metanálise recente trouxe mais exames para nosso “arsenal”. Autores revisaram a literatura em busca de estudos com angiografia coronariana por TC (angioTC) e/ou com escore de cálcio. Só para lembrar que o escore de cálcio é feito sem contraste e mostra o “burden” de aterosclerose, ao passo que a angioTC usa contraste e identifica estenoses nas coronárias, sendo clinicamente relevantes aquelas com obstrução > 50-70%. Foram incluídos 11 estudos e 3480 pacientes.

Os resultados mostraram que há relação proporcional entre número de estenoses presentes na angioTC e o risco de eventos cardiovasculares. O mesmo foi encontrado para o escore de cálcio. Mas o resultado mais interessante veio nos pacientes de alto risco, aqueles com IRCM ≥ 3: se a angioTC vier sem obstrução e/ou o escore de cálcio for zero, o valor preditivo negativo para eventos cardiovasculares é de 96%. Além disso, a taxa de falso positivo, apesar de longe da ideal, ainda assim foi menor que estudos anteriores com cintilo ou ecoestresse. A sensibilidade dos testes foi em média 89% e a especificidade 35%.

O que levo para a prática?

Esses exames são simples e rápidos de fazer. Por isso, em um paciente de maior risco para grandes cirurgias, eles são hoje uma opção alternativa ao ecoestresse e à cintilo como estratificação do risco cardiovascular no pré-operatório.

É médico e quer ser colunista do Portal da PEBMED? Inscreva-se aqui!

Referências:

  • Koshy AN, Ha FJ, Gow PJ, et al Computed tomographic coronary angiography in risk stratification prior to non-cardiac surgery: a systematic review and meta-analysis Heart Published Online First: 24 April 2019. doi: 10.1136/heartjnl-2018-314649

Avaliar artigo

Dê sua nota para esse conteúdo

Selecione o motivo:
Errado
Incompleto
Desatualizado
Confuso
Outros

Sucesso!

Sua avaliação foi registrada com sucesso.

Avaliar artigo

Dê sua nota para esse conteúdo.

Você avaliou esse artigo

Sua avaliação foi registrada com sucesso.

Baixe o Whitebook Tenha o melhor suporte
na sua tomada de decisão.

Especialidades

Tags