Uso da telemedicina em neurologia pediátrica

A telemedicina é viável e eficaz para uma grande proporção de pacientes pediátricos neurológicos, segundo estudo publicado no Neurology.

A telemedicina é viável e eficaz para uma grande proporção de pacientes pediátricos neurológicos, segundo o artigo Analyzing 2,589 child neurology telehealth encounters necessitated by the COVID-19 pandemic, publicado no jornal Neurology. Nesse estudo, o objetivo foi avaliar a rápida implementação de atendimento ambulatorial de telemedicina em neurologia pediátrica com o início da pandemia de Covid-19, em março de 2020.

Telemedicina com paciente pediátrico neurológico

Detalhes da pesquisa sobre telemedicina

O estudo foi realizado pela Divisão de Neurologia do Children’s Hospital of Philadelphia, Estados Unidos, uma rede de atendimento de especialidades pediátricas composta por um hospital quaternário urbano, um centro ambulatorial e mais oito locais satélites que oferecem atendimento neurológico infantil.

A prática inclui 55 neurologistas infantis, sete profissionais de prática avançada e 21 estudantes de medicina. O programa oferece 32 mil atendimentos ambulatoriais por ano em neurologia infantil geral e programas especializados em epilepsia, doenças neuromusculares, distúrbios neuroimunológicos, proteção cerebral, acidente vascular cerebral, cuidados neurológicos-cardíacos, neurologia fetal e neonatal, cefaleia, neurologia cognitiva/comportamental, leucodistrofia e ataxia de Friedreich.

Todos os cuidados clínicos são documentados com o sistema de registro médico eletrônico (EMR) da Epic (Verona, WI). Antes da pandemia, o local não oferecia serviços de telemedicina ambulatorial. Durante a pandemia, todos os profissionais receberam licenças emergenciais para atendimento de crianças por meio da telemedicina em Nova Jersey.

Leia também: Semana de Telemedicina: é possível realizar o exame neurológico em consulta online?

Como foi feito o estudo

Foi realizado um estudo de coorte com comparação retrospectiva de 14.780 encontros presenciais e 2.589 encontros de telemedicina, incluindo 2.093 e encontros por áudio e vídeo, e 496 encontros por telefone agendados, entre 1º de outubro de 2019 e 24 de abril de 2020. Os encontros por áudio e vídeo continham um modelo para um exame físico, que não estava incluído nos modelos por telefone. Os pesquisadores compararam esses encontros com consultas presenciais em relação a dados demográficos e a diagnósticos de pacientes. Para encontros de telemedicina por áudio e vídeo, foram analisadas as respostas do questionário abordando a experiência do provedor, planos de acompanhamento, qualidade técnica, necessidade de avaliação pessoal e satisfação dos pais/cuidadores. Além disso, foram realizadas revisões manuais de encontros sinalizados como preocupantes pelos provedores.

Satisfação no atendimento online

Os pesquisadores observaram que não houve diferenças na idade do paciente e nos principais códigos de Classificação Internacional de Doenças (CID-10) antes e depois da transição. Os médicos consideraram a telemedicina satisfatória em 93% (1.200 de 1.286) dos encontros e sugeriram a telemedicina como um componente para acompanhamento em 89% (1.144 de 1.286) deles. Desafios técnicos foram relatados em 40% (519 de 1.314) das consultas por telemedicina. Em 5% (65 de 1.285) das consultas, foi necessária uma avaliação presencial. Os pacientes/cuidadores mostraram interesse em telemedicina para cuidados futuros em 86% (187 de 217) das reuniões. A participação em encontros de telemedicina em comparação aos encontros por telefone foi menos frequente entre pacientes em grupos de minorias raciais ou étnicas.

Nesse estudo, os pesquisadores descreveram que converteram a maior parte do atendimento ambulatorial em telemedicina, incluindo principalmente consultas usando áudio e vídeo. Os provedores classificaram a grande maioria dos encontros de telemedicina como satisfatória, e apenas uma pequena proporção dos encontros exigiu acompanhamento presencial em curto prazo. Para os pesquisadores, essas descobertas sugerem que a telemedicina é viável e eficaz para uma grande parte dos cuidados de neurologia pediátrica. Entretanto, estratégias adicionais são necessárias para garantir o uso equitativo do método.

Referência bibliográfica:

  • Rametta SC, Fridinger SE, Gonzalez AK, et al. Analyzing 2,589 child neurology telehealth encounters necessitated by the COVID-19 pandemic. Neurology. 2020;95(9):e1257-e1266.

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