Uso de AAS previne hemorragia subaracnoidea?

A hemorragia subaracnoidea espontânea ainda é uma patologia com alta morbimortalidade, apesar das novas tecnologias diagnósticas e dos possíveis tratamentos

A hemorragia subaracnoidea espontânea (HSA) ainda é uma patologia com alta morbimortalidade, apesar das novas tecnologias diagnósticas e dos possíveis tratamentos por procedimento neurocirúrgico convencional ou por técnica endovascular.

Apesar do diagnóstico preciso e tratamento dos aneurismas rotos e não rotos, a incidência de HSA ainda se mantém inalterada. Condições relacionadas à mudança dos hábitos de vida, como parar de fumar e controle pressórico rigoroso, apresentam um grande impacto na incidência de HSA.

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Nesse contexto, buscando novas formas de diminuir a incidência de HSA, estudos sugeriram que o uso de AAS em baixas doses poderia reduzir o risco de hemorragia subaracnoidea espontânea.

Um estudo publicado na Stroke objetivou avaliar a associação entre o uso de AAS e o risco de HSA. Avaliou-se a duração e frequência do uso de AAS no risco de HSA.

A revisão sistemática e metanálise avaliou sete estudos de grande impacto sobre a associação, demonstrando que, quando considerados coletivamente, o uso de AAS, independentemente da frequência e duração, não estava associado a um risco significativamente aumentado de HSA comparado com alguma outra terapia disponível. Entretanto a análise por subgrupos demonstrou resultados pertinentes:

  1. Risco de HSA com uso de AAS com duração menor que três meses: Houve associação significativa entre o uso de aspirina a curto prazo e o risco de HSA.
  2. Risco de HSA com uso de aspirina com duração de três a 12 meses: Não houve associação significante entre o uso de AAS no curto e médio prazo e o risco de HSA.
  3. Risco de HSA com uso de aspirina com duração de um a três anos: Não houve associação significante entre o uso de AAS a longo prazo e o risco de HSA.
  4. Risco de HSA com uso de AAS com duração maior que três anos de duração: Não foi encontrada associação significante entre o uso de AAS a longo prazo e o risco de HSA.
  5. Risco de HSA com uso de AAS com duas ou menos doses por semana: Não foi encontrada associação significante entre o uso infreqüente de AAS (≤ 2x por semana) e o risco de HSA.
  6. Risco de HSA com uso de AAS com três ou mais doses por semana: Não foi encontrada associação significante entre o uso infrequente de ASS (≥ 3x por semana) e o risco de HSA.

Na análise de subgrupos, os doentes com uso de AAS por <3 meses de duração apresentaram um risco significativamente mais elevado de HSA. Para os pacientes que receberam AAS durante um período intermediário (3-12 meses, 1-3 anos) e a longo prazo (> 3 anos), não foi encontrada diferença significativa no risco de HSA entre os usuários de AAS e não AAS.

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A análise de subgrupos de acordo com a frequência de uso de AAS por semana (< 2x por semana) ou (≥ 3x por semana) não demonstrou diferença significativa entre usuários de AAS e não AAS.

Os dados atuais sugerem que se o AAS fornecer algum efeito benéfico no contexto do risco de HSA, este efeito será dependente da duração do uso de AAS. Entretanto, estudos adicionais são necessários para avaliar o perfil do paciente que se beneficiaria, bem como a dose e duração do tratamento.

A melhor opção seria um estudo multicêntrico com ensaio randomizado para se obter os melhores resultados e avaliações, evitando dados que possam interferir nos resultados. Dessa forma, uso do AAS necessita ainda de comprovação científica para que possa tornar-se uma opção terapêutica segura.

Referência:

  • Aspirin and Risk of Subarachnoid Hemorrhage. Kevin Phan, Justin M. Moore, Christoph J. Griessenauer, Christopher S. Ogilvy and Ajith J. Thomas. Stroke. 2017;48:1210-1217, originally published March 24, 2017.

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