Uso de aminas vasoativas não deve contraindicar extubação

Após um bem sucedido processo de desmame, é hora de preparar o paciente para extubação. Retirar o TOT requer a avaliação de alguns pontos importantes.

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Após um bem sucedido processo de desmame, é hora de preparar o paciente para extubação. Retirar o TOT requer a avaliação de alguns pontos importantes:

  1. Nível de consciência – ideal é Glasgow mínimo de 8, mas quanto mais desperto e cooperativo, melhor.
  2. Capacidade de tossir e expectorar secreção.
  3. Patência de via aérea – mas fazer o teste de “cuff leak” é controverso. Quem faz, considera que 110 ml ou 12-24% do volume indica patência.

Para muitos autores, o uso de aminas vasoativas contraindica a extubação, pois este paciente teria débito cardíaco ruim, e sedação e ventilação mecânica poderiam poupar oxigênio e glicose para o coração e o SNC. Contudo, usar aminas e ter instabilidade hemodinâmica não são sinônimos. Claro que ninguém vai extubar um paciente com dose crescente de nora ou lactato elevado, mas todos já vimos pacientes crônicos de CTI com aquela “nora agarrada” que demora a sair, a despeito de melhora clínica evidente.

Pesquisadores decidiram então estudar o tema e incluíram 1.266 pacientes extubados de um hospital terciário na Inglaterra. Uma dose de noradrenalina > 0,1 mcg/kg/min foi utilizada como ponto de corte. Os resultados mostraram que o grupo com amina apresentou taxas de reintubação e mortalidade semelhantes ao grupo controle, e até um ligeiro tempo de internação menor (2,2 vs 2,0 dias).

Desse modo, os autores concluem que o uso de aminas per se não pode ser único motivo para não extubar um paciente. Nossa dica é que você avalie a evolução do paciente e outros parâmetros de perfusão. Dose de nora caindo, lactato normal e boa diurese são indicadores hemodinâmicos que você pode tentar a extubação com sucesso!

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Referências:

  • “Safety of Extubating Mechanically Ventilated Patients on Vasoactive Infusions: A Retrospective Cohort Study .” American Journal of Respiratory and Critical Care Medicine || https://doi.org/10.1164/rccm.201712-2492LE

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