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A Organização Mundial de Saúde (OMS) define como a principal causa de morbidade e mortalidade materna e fetal a pré-eclâmpsia/eclâmpsia. No Brasil a eclâmpsia tem uma prevalência de 5,2 casos em 1000 nascidos vivos, variando de 2,2:1000 em áreas mais desenvolvidas a 8,3:1000 naquelas áreas menos desenvolvidas. O uso de aspirina para prevenção de pré-eclâmpsia vem sendo estudado desde a década de 90, porém sua dose e o perfil da paciente que deve iniciar esse tratamento ainda divergem entre os pesquisadores.
A revista da American Medical Association (JAMA) tem uma divisão de revisões e estudos com foco em recomendações para prevenção de patologias que podem aumentar a morbidade e mortalidade da população americana. Em agosto de 2021, foi publicada uma revisão com o objetivo de avaliar as novas evidências, desde 2014, sobre o uso de aspirina em baixas doses para prevenir morbidade e mortalidade materna e fetal causada por pré-eclâmpsia.
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Os autores do artigo em questão consideram fatores de risco grave, moderados e leves para a prescrição de aspirina em baixa dose. Dentro destes fatores estão comorbidades, idade, história clínica de pré-eclâmpsia, mas não entra o índice de pulsatilidade (IP) das artérias uterinas calculado no ultrassom morfológico do primeiro trimestre, através da calculadora de medicina fetal de Barcelona ou da Fetal Medicine Foundation de Londres. Este índice é mandatório realizar, de acordo com a ISUOG e FEBRASGO, para definir se precisamos entrar com baixas doses de aspirina antes de 16 semanas nas pacientes com alto risco de pré-eclâmpsia precoce.
Lembrando que a medida do IP das artérias uterinas isoladas realmente não tem valor, porém quando utilizada junto com anamnese, exame físico e através da calculadora de risco desenvolvida, tanto pela Fetal Medicine Foundation, quanto pela Calculadora de Medicina Fetal de Barcelona, podem nos ajudar a predizer o risco de pré-eclâmpsia precoce e selecionar as pacientes para prescrição de AAS.
De acordo com a US Preventive Services Task Force, o uso de aspirina na dose de 81 mg/dia diminuiu a mortalidade e morbidade fetal causada pela pré-eclâmpsia. Lembrando que seu uso deve ser iniciado antes de 16 semanas e após 12 semanas de gestação.
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Por outro lado, os guidelines de medicina fetal orientam a prescrição de 150 mg de aspirina após o jantar a partir de 12 semanas e antes de 16 semanas também, as doses mais altas são recomendadas pelos fetólogos, pois, segundo eles diminuem a morbidade materna, além de fetal.
No Brasil, não temos a apresentação de aspirina de 150 mg, portanto a maioria dos protocolos orientam a prescrição de 100mg/dia, e os resultados são positivos de acordo com a FEBRASGO. Ambos, JAMA e Fetal Medicine Foundation, orientam suspender a medicação com 36 semanas de gravidez.
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