Para que ocorra um controle eficaz da infecção pelo vírus da SARS-CoV-2 é necessário muita disciplina em torno da prevenção, diagnóstico precoce e tratamento efetivo dos pacientes infectados. Muitos estudos em relação a todos esses fatores já foram realizados e muito já se evoluiu em relação a prevenção e tratamento. Em se falando de tratamento, diversas medicações já foram cogitadas, testadas e aprovadas na sua eficácia, porém muito ainda permanece sob estudos e desenvolvimento. Muitos tratamentos tem sido utilizados e aprovados apenas em fases mais tardias do doença, onde os pacientes encontram-se mais graves, porém algumas medicações como os anticorpos neutralizantes monoclonais (o bamlanivimab sendo um deles) estão sendo amplamente avaliados para uso no tratamento precoce da Covid-19. 

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O uso emergencial da bamlanivimab foi aprovado em Novembro de 2020 pela FDA. Esses anticorpos monoclonais agem inibindo a ligação entre a proteína spike do SARS-CoV-2 com os receptores ACE-2, prevenindo a ligação e infectividade viral. Porém as autoridades apenas autorizaram o uso dos anticorpos em terapias conjugadas, sendo seu uso isolado ainda não liberado pela agência americana Food and Drug Administration (FDA), principalmente devido a maior quantidade de casos por cepas mutantes e mais resistentes. 

A Mayo Clinic conduziu um estudo para analisar a efetividade da terapia com bamlanivimab isolado em pacientes com sintomas moderados e severos de Covid-19. 

O estudo 

Foi realizado um estudo pela Clinica Mayo com duas amostras de 2.335 pacientes cada espalhadas em quatro Estados americanos. Todos os pacientes, com idade média de 65 anos, haviam tido diagnóstico de Covid-19 pelo exame de PCR e possuíam sintomas moderados a severos. Uma amostra recebeu bamlanivimab em forma de monoterapia e a outra recebeu placebo. O intervalo de tempo entre o diagnóstico e inicio da terapia foram de aproximadamente dois dias e as comorbidades presentes entre os pacientes eram : hipertensão, diabetes, obesidade, pneumopatia, nefropatia, doença vascular periférica, hepatopatia, cardiopatia e doença imunológica. 

Hospitalização

Os pacientes que receberam tratamento com doses de bamlanivimab tiveram menor incidência de hospitalização após 15 dias de doença comparado ao grupo placebo. (1,5% x 3,5%). E os que precisaram de internação tiveram menos dias de estadia hospitalar que os da amostra placebo. 

Necessidade de CTI

Mesma estatística ocorreu em relação a internação em unidade fechada. Os pacientes tratados com bamlanivimab tiveram menor necessidade de cuidados intensivos e os que precisaram, permaneceram menos dias internados do que os da amostra placebo. Porém a incidência de necessidade de ventilação mecânica foi semelhante nos dois grupos.

Sobrevivência

Apenas dois pacientes que receberam tratamento com bamlanivimab foram a óbito porém o óbito não estava relacionado a Covid-19 e dos 8 pacientes da amostra placebo que evoluíram para óbito, 7 estavam relacionados a infecção pelo vírus. 

Discussão

Na análise desse estudo evidenciou-se que pacientes que fizeram uso de terapia com bamlanivimab foram menos sujeitos a evoluir para a forma grave da doença e consequentemente com menor incidência de internação em unidade de terapia intensiva e mortalidade comparado ao grupo controle, principalmente em se tratando de uma população de alto risco, uma vez que todos os paciente possuíam pelo menos uma comorbidade que potencializavam a infecção. O tratamento precoce com bamlanivimab mitigou as complicações inerentes ao Covid-19. 

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Porém a FDA, devido ao grande número atual de infecções pelas variantes da Covid-19, suspendeu temporariamente o uso emergencial da terapia com o uso de anticorpos monoclonais únicos, tendo apenas permissão para a realização de terapia multimodal com a associação de mais de um agente como por exemplo: casirivimab-imdevimab ou bamlanivimab-etesevimab. 

Referências bibliográficas:

• Ganesh R, et al. Intravenous bamlanivimab use associates with reduced hospitalization in high-risk patients with mild to moderate COVID-19. J Clin Invest. 2021. 131(19):e151697. doi: 10.1172/JCI151697

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