Uso de EAP na hiperplasia prostática benigna

A hiperplasia prostática benigna (HPB) atinge 14 milhões de brasileiros, de acordo com a Sociedade Brasileira de Urologia.

A hiperplasia prostática benigna (HPB) atinge 14 milhões de brasileiros, de acordo com a Sociedade Brasileira de Urologia, sendo a principal causa de sintomas urinários no homem maduro. Cerca de 33% dos homens após os 50 anos e 47% dos homens após os 70 anos irão apresentar sintomas urinários de intensidade moderada à grave em decorrência desta patologia.

A embolização das artérias prostáticas (EAP) é um método minimamente invasivo que alivia os sintomas da HPB. A técnica, realizada por via endovascular, reduz o fluxo de sangue para as artérias que irrigam a próstata. “O cateter é introduzido pela virilha e guiado por um aparelho de raios X até a próstata, onde o médico injeta microesferas, parecidas com grãos de areia, que reduzem a circulação de sangue no local. Com isso, a próstata diminui de tamanho e fica mais macia, o que alivia a obstrução da uretra, permitindo a passagem da urina mais facilmente”, explica o professor Francisco Carnevale, médico do Hospital Moriah, diretor clínico do Carnevale Radiologia Intervencionista Ensino e Pesquisa (CRIEP) e pioneiro no desenvolvimento da técnica de embolização das artérias prostáticas (EAP).

O procedimento é realizado com anestesia local e o paciente recebe alta algumas horas após a intervenção. “Em mais de 300 pacientes tratados, a taxa de sucesso ficou entre 90 e 95%. Nos casos mais graves, em pacientes que estavam com sonda vesical, a taxa de sucesso é de 90% na retirada da sonda”, conta animado o especialista.

Os casos de falha ou recidiva dos sintomas estão relacionados a hipocontratilidade, em decorrência de muitos anos de obstrução urinária, e em pacientes com aterosclerose muito avançada. “O procedimento é reconhecido nacional e internacionalmente como uma opção segura e eficaz”, diz Francisco Carnevale.

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médico orientando homem com hiperplasia prostatia benigna; mãos em foco

EAP em hiperplasia prostática benigna

Vantagens:

  • Técnica minimamente invasiva e indolor;
  • Anestesia local;
  • Sem cortes (apenas um orifício de 2 mm para a introdução do cateter);
  • Alta hospitalar no mesmo dia;
  • Vida sexual e ejaculação continuam iguais;
  • Sem ocorrência de infecção urinária.

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O método é contraindicado em pacientes com:

  • Alergia a iodo;
  • Função renal alterada;
  • Câncer de próstata;
  • Infecção urinária em curso;
  • Existência de cálculos na bexiga.

Possíveis efeitos colaterais (que duram, em média de três a cinco dias após o procedimento, que podem ser controlados por medicamentos):

  • Queimação ao urinar;
  • Vontade de urinar com mais frequência.

Mesmo com todas as vantagens dessa técnica, pesquisas realizadas pelo grupo do professor Francisco Carnevale, formado por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), mostram que entre 15% e 20% dos pacientes podem voltar a ter sintomas urinários no período de quatro a cinco anos.

Nestes casos, o paciente ainda terá as opções de fazer uma nova embolização ou submeter-se a tratamentos complementares com medicamentos ou optar pela tradicional ressecção transuretral (RTU).

A escolha do melhor tratamento contra a hiperplasia prostática benigna depende das necessidades e das condições de saúde de cada paciente e deve ser discutida entre o urologista responsável e o paciente.

*Esse artigo foi revisado pela equipe médica da PEBMED

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