Vacinação contra Covid-19 em crianças e adolescentes

Entre crianças e adolescentes, a presença de comorbidades passa a ser prioridade para a vacinação, e em seguida os saudáveis.

O comportamento da Covid-19 na população pediátrica se mostrou, em todo mundo, mais branda, com maioria de casos leves ou assintomáticos e menor risco de complicações, internações e óbito.

Ainda não se sabe com clareza os fatores responsáveis por crianças terem menor risco de desenvolverem casos graves de Covid-19, entretanto, foram notificadas mais de 2.500 mortes por Covid-19 na população pediátrica aqui no Brasil. Além disso, estudos científicos já demonstraram o papel das crianças como importantes vetores do vírus na população em geral.

Por apresentarem uma menor taxa de letalidade da doença, as crianças foram consideradas como grupo não prioritário para a vacinação, inicialmente. Após a imunização de grupos prioritários e adultos, a vacinação em crianças se torna um caminho importante a ser seguido. Entre crianças e adolescentes, a presença de comorbidades passa a ser prioridade para a vacinação, e em seguida crianças e adolescentes saudáveis.

Leia também: CoronaVac é autorizada para crianças e adolescentes entre 6 e 17 anos, com veto a imunossuprimidos, pela Anvisa

Vacinação contra Covid-19 em crianças e adolescentes

Vacinação em crianças de 5 a 11 anos

Alguns países já iniciaram a vacinação em crianças a partir de 5 anos, após a determinação da dose de escolha para ser testada de 10 microgramas (um terço da dose usada nos adolescentes e adultos), da vacina de RNAm da Pfizer.

O perfil de reatogenicidade da vacina nessa população se mostrou adequado, com eventos adversos sem gravidade em mais de 95% dos casos. Foram relatados febre, dor de cabeça, vômitos, fadiga e inapetência.

Também foram notificados nos Estados Unidos em um total de sete milhões de doses de vacina administrada, oito casos de miocardite com desfechos sem gravidade em todos eles, o que permitiu concluir que o risco de Miocardite em criança é ainda mais raro que em adolescentes e adultos após a vacinação.

Outros países como Argentina e Chile, iniciaram a vacinação com a vacina Sinopharm e Sinovac, em crianças a partir de 3 anos.

Vacinação em Adolescentes a partir de 12 anos

Atualmente, a vacina de RNAm da Pfizer/BionTech (BNT162b2) está autorizada no Programa Nacional de Imunização para administração em adolescentes a partir dos 12 anos. Alguns estudos evidenciaram que, para essa faixa etária, foi verificado um risco raro de miocardite/ pericardite, principalmente após a segunda dose da vacina a Pfizer/BioNTech e Moderna.

Uma investigação mais aprofundada da Advisory Committee on Immunization Practices, órgão responsável pelas recomendações de vacinação nos EUA, concluiu que os benefícios da vacinação em reduzir o número de internações e prevenir mortes são superiores aos riscos de Miocardite como efeito adverso da vacina.

Saiba mais: Eficácia da vacina da Pfizer contra Covid-19 na prevenção da síndrome inflamatória multissistêmica (SIM-P) 

Dessa forma, a vacinação segue recomendada com base nos estudos robustos que evidenciam sua efetividade. Além disso, foi reforçado que a Miocardite como efeito adverso da vacina é menos grave do que a Miocardite causada por Covid-19 ou outras causas.

A Sociedade Brasileira de Pediatria considerada extremamente importante o ampliar o universo de pessoas vacinadas, incluindo a população pediátrica, uma vez que os benefícios são superiores aos riscos por eventos adversos da vacina em crianças e adolescentes, estudos já comprovaram efetividade e proteção direta da vacinação, redução dos casos graves, e menor risco de surgimento de novas variantes.

Referências bibliográficas:

  • Safadi MA. The intriguing features of COVID-19 in children and its impact on the pandemic. J Pediatr (Rio J). 2020; 96(3):265-268. doi10.1016/j.jped.2020.04.001
  • ACIP meeting. November 2021. Epidemiology of COVID-19 in Children Aged 5-11 years.
  • Lima EJF, et al. Vacinas COVID-19 em crianças no Brasil: Uma questão prioritária de saúde pública. Departamentos Científicos de Infectologia e Imunizações. Sociedade Brasileira de Pediatria, Dez, 2021.

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