Profissionais de saúde de todo o país terão reajuste de 23,29% nos valores das bolsas de residência. O valor mínimo será de R$4.106,09 a partir de 1º de janeiro de 2022.
As residências médicas multi e uniprofissionais em saúde são programas de especialização, coordenados pelo Ministério da Educação (MEC), que possuem papéis fundamentais em ações de políticas públicas do Brasil. O valor das bolsas foi definido pela portaria interministerial nº 9 de 13 de outubro de 2021.
Bolsas de residência
Em julho deste ano, o Ministério da Saúde (MS) lançou o Plano Nacional de Fortalecimento das Residências em Saúde, com o objetivo de capacitar profissionais das 14 categorias da saúde em especial para o Sistema Único de Saúde (SUS) nos âmbitos federal, estadual e municipal.
A meta é aumentar a oferta de vagas em regiões prioritárias para o SUS, de vazios assistenciais. Somente no eixo ofertas educacionais foram destinados R$250 milhões para concretização do plano.
Para além do reajuste, pela primeira vez os médicos preceptores passam a receber um incentivo financeiro de R$1,5 mil para fomento à pesquisa no âmbito do SUS.
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Residência médica
Instituída pelo Decreto nº 80.281, de 5 de setembro de 1977, a residência médica é uma modalidade de ensino de pós-graduação destinada a médicos, sob a forma de curso de especialização.
A legislação prevê uma carga horária de, no máximo, 60 horas semanais, incluindo 24 horas de plantão, descanso obrigatório de seis horas após plantão noturno de doze horas e, ao menos, um dia de folga semanal e 30 dias consecutivos de repouso por ano de atividade.
Em todo o Brasil, existem mais de 4 mil programas de residência médica, com 55 especialidades diferentes e em 59 áreas de atuação. Visando unir educação, atendimento à população e pesquisa, os hospitais escolas são altamente atrativos para médicos recém-formados.
Isso porque, além de atividades teóricas e práticas envolvidas em sua grade curricular particular em cada serviço, o programa permite ao residente a realização de atividades propriamente médicas, antes não permitidas ao acadêmico, como atendimentos em prontos-socorros, enfermarias e ambulatórios; esquemas de plantão em cenários variados; acesso à UTI e unidades variadas; remoção de pacientes; discussões de casos clínicos em diferentes cenários; e até, em algumas especialidades, levam o residente para o centro cirúrgico e ainda exigem a realização de pequenos procedimentos cirúrgicos variados.
Especialidades mais procuradas
Dados da Demografia Médica no Brasil 2018, publicados pelo Conselho Regional de Medicina de São Paulo (CREMESP) e pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), mostram as especialidades mais e menos procuradas no país. Confira!
As especialidades médicas mais procuradas:
- Clínica Médica – 11,2%
- Pediatria – 10,3%
- Cirurgia Geral – 8,9%
- Ginecologia e Obstetrícia – 8%
- Anestesiologia – 6%
- Medicina do Trabalho – 4,2%
- Ortopedia e Traumatologia – 4,1%
- Cardiologia – 4,1%
- Oftalmologia – 3,6%
- Radiologia e Diagnóstico por Imagem – 3,2%
Note que clínica médica e cirurgia geral são pré-requisitos para diversas outras especialidades.
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As especialidades menos procuradas:
- Cirurgia de Mão – 0,2%
- Radioterapia – 0,2%
- Genética Médica – 0,1%
*Esse artigo foi revisado pela equipe médica da PEBMED
Referências bibliográficas:
- Brasil. Portaria Interministerial nº 9, de 13 de outubro de 2021. Ministério da Educação. https://www.in.gov.br/web/dou/-/portaria-interministerial-n-9-de-13-de-outubro-de-2021-352332739
- Bolsas de residência passam por reajuste de 23,29% a partir de 2022. Ministério da Saúde. https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias/2021-1/outubro/bolsas-de-residencia-passam-por-reajuste-de-23-29-a-partir-de-2022
- Demografia Médica no Brasil 2018. http://www.flip3d.com.br/web/pub/cfm/index10/?numero=15&edicao=4278