Variante Ômicron em crianças: o que sabemos até o momento?

O número de crianças hospitalizadas com Covid-19 está disparando nos EUA devido à elevada transmissibilidade da variante Ômicron.

Em 22 de novembro de 2021, a descoberta de uma nova variante do coronavírus na província de Gauteng, África do Sul, gerou preocupação com relação a crianças e adolescentes pobres, marginalizados e anônimos em países com forte tendência à vulnerabilidade e risco social. A Organização Mundial da Saúde (OMS) designou a nova variante (B.1.1.529) como Ômicron e a classificou como variante de preocupação. No entanto, além da África do Sul, a Ômicron foi detectada em diversos outros países, incluindo o Brasil. Como a variante está se espalhando muito rápido e agindo de forma diferente, ela está se mostrando mais contagiosa do que a variante Delta.

Saiba mais: Vacinas permanecem eficazes contra a Ômicron: as evidências até aqui

omicron

Impacto nos EUA

Nos Estados Unidos, o número de crianças hospitalizadas com Covid-19 está disparando em todo o país, especialmente devido à elevada transmissibilidade da variante Ômicron. De acordo com uma análise da NBC News, pelo menos nove estados relataram números recordes de hospitalizações pediátricas relacionadas a Covid-19: Connecticut, Geórgia, Illinois, Kentucky, Massachusetts, Maine, Missouri, Ohio e Pensilvânia, além de Washington, D.C. Segundo o médico Jim Versalovic, o número de hospitalizações pediátricas no Texas Children’s Hospital, em Houston,  ultrapassou o pico de pacientes durante o aumento da variante Delta no verão americano. Mais de 90% dos casos são devido à Ômicron. Além disso, conforme relatado pela NBC News, a grande maioria das crianças hospitalizadas com Covid-19 não foi vacinada porque era muito jovem para ser elegível ou porque seus pais recusaram a vacinação. 

De acordo com a Academia Americana de Pediatria (American Academy of Pediatrics – AAP), os casos de Covid-19 entre crianças nos Estados Unidos atingiram a maior contagem já relatada desde o início da pandemia. Na semana que terminou em 30 de dezembro de 2021, mais de 325.000 casos infantis de Covid-19 foram listados. Este número é um aumento de 64% em relação aos 199.000 casos adicionados referidos na semana encerrada em 23 de dezembro de 2021 e uma quase duplicação da contagem de casos nas duas semanas anteriores 

Ainda segundo a AAP, quase 7,9 milhões de crianças tiveram resultado positivo para Covid-19 desde o início da pandemia, representando mais de 1 em cada 10 crianças nos Estados Unidos. Pela 21ª semana consecutiva, os casos infantis de Covid-19 estão acima de 100.000. Desde a primeira semana de setembro/2021, houve mais de 2,8 milhões de casos adicionais de crianças 

Desde o início da pandemia nos Estados Unidos, as crianças representaram 17,4% do total de casos acumulados. Para a semana encerrada em 30 de dezembro, as crianças representaram 17,7% dos casos semanais de Covid-19 (indivíduos com menos de 18 anos representam 22,2% da população americana). Os dados disponíveis no país indicam que a hospitalização e a morte associadas a Covid-19 são incomuns em crianças. No entanto, há uma necessidade urgente de coletar mais dados para avaliar a gravidade da doença relacionada a novas variantes, bem como os impactos de longo prazo da pandemia nas crianças, incluindo maneiras como o vírus pode prejudicar a saúde física de crianças infectadas em longo prazo, bem como seus efeitos emocionais e mentais.

Leia também: Atualizações epidemiológicas da Covid-19: a nova variante Ômicron do Sars-CoV-2

Contexto nacional 

No Brasil, em 28 de dezembro de 2021, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e a Fiocruz defenderam a inclusão de vacinação de crianças contra a Covid-19 a partir dos cinco anos de idade. Conforme documento elaborado pelos Departamentos Científicos de Infectologia e de Imunizações da SBP, os eventos adversos relatados, tanto nos estudos clínicos como nos dados de farmacovigilância, raramente acontecem e ocorrem em uma frequência menor em comparação aos benefícios da vacinação. Sendo assim, no contexto epidemiológico com a presença da variante Ômicron, os especialistas afirmam que ampliar o benefício da vacinação nessa faixa etária é uma prioridade. Os Departamentos Científicos de Cardiologia da SBP e de Cardiologia Pediátrica e Cardiopatias Congênitas da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) também divulgaram um posicionamento conjunto sendo favoráveis à vacinação de crianças de 5 a 11 anos portadoras de cardiopatias contra a Covid-19 com a vacina Comirnaty (Pfizer/BioNTech). 

Referências bibliográficas: 

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