Varíola dos macacos: Anvisa faz recomendações sobre triagem clínica para doação de sangue

Anvisa divulgou nota sobre a triagem clínica dos candidatos à doação de sangue relacionados ao risco de infecção por varíola dos macacos.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) divulgou uma nota técnica no último dia 20 com orientações para triagem clínica dos candidatos à doação de sangue relacionados ao risco de infecção pela varíola dos macacos (Monkeypox).

As recomendações consideram o alerta realizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para a ocorrência de surtos da doença em países não endêmicos, como Reino Unido, Espanha, Portugal, França e Estados Unidos.

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Orientações

Apesar de ainda não haver confirmação científica sobre a transmissão da enfermidade através de sangue, tecidos, células e órgãos, algumas medidas foram recomendadas de forma preventiva.

  • A pessoa infectada não deve doar sangue até o desaparecimento de todos os sintomas e das lesões na pele. O prazo mínimo da restrição é de 21 dias após o início dos sintomas;
  • Indivíduos que tiveram contato com pessoas ou animais infectados não devem doar sangue até 21 dias após o primeiro dia de contato. A medida também vale para contato com assintomáticos.

A Anvisa destaca que é descrito um período de incubação de 6 – 13 dias (média de 12 dias) antes do início dos sintomas, que pode ser inicialmente apresentado por febre e linfonodomegalia, com aparecimento posterior de lesões cutâneas maculopapulares de distribuição centrífuga, evoluindo para vesículas e/ou pústulas.

Reforça-se aos serviços de hemoterapia a necessidade de identificar no momento da triagem clínica os candidatos à doação de sangue e componentes que tiveram contato próximo com pessoas ou animais infectadas pelo vírus da varíola do macaco ou alguma manifestação de lesões cutâneas associadas a sinais e/ou sintomas infecciosos.

Recomenda-se ainda a intensificação das orientações de informação pós-doação relacionada ao aparecimento de lesões cutâneas associadas a linfonodos aumentados e febre.

Casos confirmados ultrapassam 800

O Ministério da Saúde confirmou mais de 800 casos da varíola dos macacos no país. A pasta destacou, em nota, que a doença é prioridade para o governo federal, que faz constante monitoramento e analisa diariamente a situação epidemiológica para definir orientações e ações de vigilância e resposta à varíola do macaco no país.

“Todas as medidas anunciadas pela OMS já são realizadas pelo Brasil desde o início de julho de forma a realizar uma vigilância oportuna da enfermidade”, diz o texto.

O órgão ressaltou que foi criada uma sala de situação para elaborar um plano de ação para orientar estados e municípios sobre a melhor forma de atender a população, além da oferta de testes para diagnóstico estão disponíveis para toda a população que se enquadre na definição de casos suspeitos para varíola dos macacos.

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OMS monitora aumento de casos

A líder técnica da OMS para a doença, Rosamund Lewis, disse que a situação no país é muito preocupante.

“É importante que as autoridades tomem conhecimento da emergência de saúde pública e de interesse internacional, das recomendações e tomem as medidas mais adequadas. O surto pode ser interrompido com estratégias certas nos grupos certos, mas o tempo está passando e todos nós precisamos reunir esforços para que isso aconteça”, ressaltou.

No último dia 23, o diretor-geral da entidade, Tedros Adhanom Ghebreyesus, anunciou que a varíola dos macacos configura emergência de saúde pública de interesse internacional.

“Temos um surto que se espalhou rapidamente pelo mundo, através de novas formas de transmissão, sobre as quais entendemos muito pouco, e que se encaixa nos critérios do Regulamento Sanitário Internacional”, declarou.

Esse artigo foi revisado pela equipe médica do Portal PEBMED.

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