Varíola do macaco: Anvisa recomenda uso de máscaras e Ministério monitora situação no Brasil

A Anvisa divulgou uma nota para esclarecer as recomendações realizadas para retardar a entrada do vírus da varíola dos macacos no Brasil. 

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) divulgou uma nota nesta terça-feira (24/5) para esclarecer as recomendações realizadas para retardar a entrada do vírus da varíola dos macacos (Monkeypox vírus) no Brasil.
Segundo a Anvisa, foi apenas reforçada a adoção das medidas já vigentes em aeroportos e em aeronaves e que são destinadas a proteger a população. Na nota, a agência esclarece que não recomendou o isolamento como medida para o enfrentamento à enfermidade.

“Tais medidas não farmacológicas, como o distanciamento físico sempre que possível, o uso de máscaras de proteção e a higienização frequente das mãos têm o objetivo de proteger a população não apenas contra a Covid-19, mas também contra outras doenças”, disse a nota.

Já o Ministério da Saúde informou a criação de uma sala de situação para monitorar o cenário da varíola dos macacos no país. Os técnicos estão elaborando um plano de ação para o rastreamento de casos suspeitos e para a definição do diagnóstico clínico e laboratorial da enfermidade.

Além dessas medidas, um comunicado de risco sobre a patologia, com orientações aos profissionais de saúde e informações disponíveis até o momento sobre a doença já foram encaminhados aos estados.
Até o momento, não há notificação de casos suspeitos do Monkeypox vírus no Brasil.

varíola

Como o vírus avança pelo mundo

O vírus da varíola dos macacos se espalha principalmente por contato próximo e raramente era visto em outras partes do mundo.

Trata-se de uma infecção viral semelhante à varíola humana, considerada leve. Normalmente, a transmissão acontece do animal para a pessoa em florestas da África Central e Ocidental.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 250 casos foram relatados em 16 países, fora da África Central e Ocidental: Alemanha, Austrália, Áustria, Bélgica, Canadá, Dinamarca, Espanha, Estados Unidos, França, Israel, Itália, Países Baixos, Portugal, Reino Unido, Suécia e Suíça. Um dos diagnósticos em monitoramento foi detectado na Argentina.

O que devemos saber sobre a varíola dos macacos?

A infecção pode se desenvolver após a exposição a “pele lesionada, membranas mucosas, gotículas respiratórias, fluidos corporais infectados ou mesmo contato com roupas contaminadas”, informou o diretor de Imunopatologia da Escola de Veterinária da Universidade de Edimburgo, na Escócia, Neil Mabbott, em um comunicado para a imprensa.

Os principais sintomas da enfermidade são cefaléia, febre com calafrios, dores musculares, feridas na pele, gânglios linfáticos inflamados, fraqueza muscular e esgotamento físico.

Aliás, uma característica que distingue a infecção com varíola do macaco da varíola tradicional é o desenvolvimento de linfonodos inchados, segundo as autoridades do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos.

O período de incubação da enfermidade é de seis a 13 dias, podendo variar de cinco a 21 dias. Saiba mais sobre a sua evolução clínica aqui.

Conforme os relatos das autoridades internacionais de saúde, no surto atual há um número maior de casos de erupções cutâneas na região da virilha dos pacientes.

“Em alguns casos, durante os estágios iniciais da doença, a erupção tem sido principalmente na área genital e perianal. Nestes casos, foram produzidas lesões anais ou genitais que se parecem com outras enfermidades como herpes, catapora ou sífilis“, explicou o diretor médico da Divisão de Prevenção de HIV/Aids do CDC, John Brooks.
Mesmo com esses relatos, a varíola dos macacos não é considerada uma infecção sexualmente transmissível.

Portugal é o primeiro país a sequenciar genoma do vírus

Uma equipe de pesquisadores do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), de Lisboa, publicou o primeiro rascunho da sequência do genoma do vírus Monkeypox. O artigo foi publicado no dia 19 de maio no site Virological.

Essa primeira análise do genoma indica que o vírus de 2022 pertence à região da África Ocidental, sendo relacionado ao vírus da varíola dos macacos e exportado da Nigéria, em 2018 e 2019, para países como Reino Unido, Israel e Cingapura.

Pelo Twitter, o diretor do Centro de Pesquisa em Epidemias Sul-Africano, o brasileiro Túlio de Oliveira, comemorou o feito e afirmou que esse é um novo marco de compartilhamento de dados científicos, sendo divulgados à medida em que são produzidos. Ele acrescentou que as sequências do genoma serão ainda mais apuradas assim que mais dados estiverem disponíveis.

*Esse artigo foi revisado pela equipe médica da PEBMED

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