Videolaringoscopia no atendimento pré-hospitalar: seria essa uma nova realidade?

Diferentes estudos avaliaram o uso de dispositivos de videolaringoscopia (VL) para intubação orotraqueal (IOT) no contexto intra-hospitalar.

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Introdução

Diferentes estudos avaliaram o uso de dispositivos de videolaringoscopia (VL) para intubação orotraqueal (IOT) no contexto intra-hospitalar, seja em unidades de terapia intensiva ou no centro cirúrgico. Porém, um estudo austríaco publicado na revista “Critical Care”, em agosto desse ano, avaliou o uso desses dispositivos no cenário pré-hospitalar. Desde 2015 tais aparelhos, especificamente o McGrath, se tornaram material padrão dentre os equipamentos utilizados pela equipe de saúde analisada.

Metodologia

Foi um estudo multicêntrico, randomizado, prospectivo, com duração de 18 meses, que incluiu mais de 500 pacientes submetidos a atendimento pré-hospitalar de urgência pelo Serviço Médico de Emergência de Helicóptero da Áustria. Os profissionais envolvidos no atendimento eram anestesiologistas certificados ou emergencistas com, pelo menos, quatro anos de treinamento e tinham experiência na realização de IOT sob laringoscopia direta (LD) e com uso de videolaringoscópios. Estabeleceram-se condições para a segurança dos pacientes, protocolos e fluxogramas de intubação e materiais padronizados para o uso das equipes.

Desfechos

A hipótese principal dos autores era a de que não haveria diferença estatística entre a IOT com o uso do McGrath (Anexo I) e laringoscopia direta. 

Os desfechos secundários analisados foram: número total de tentativas de IOT, tempo entre a passagem do tubo e a primeira leitura da capnografia, além de variáveis como a classificação de Cormack e Lehane modificada (tabela 1) e uma classificação baseada na percepção subjetiva do médico socorrista (tabela 2) .

Tabela 1 – Classificação CL modificada

Tabela 2 – avaliação do médico socorrista

Discussão

  • As IOTs com o McGrath VL ou sob laringoscopia direta tiveram resultados semelhantes de sucesso (98,1% vs 98,5%);
  • Apesar da visualização da glote ter sido superior no grupo da VL, isso não representou beneficio no tempo entre a passagem do tubo pela mesma e a primeira curva de capnografia;
  • No subgrupo de pacientes vitimas de trauma com imobilização cervical e pacientes em parada cardiorrespiratória, a IOT na primeira tentativa foi melhor sucedida com LD do que com VL. Esses dados foram discordantes de estudos prévios em pacientes intra-hospitalares e manequins, porém compatíveis com outros trabalhos de atendimento pré-hospitalar;
  • O principal motivo de falhas de IOT com VL foram: impossibilidade de avançar o tubo pela laringe ou traqueia, ou fatores ambientais, os quais são muito prevalentes em situações de trauma. Dessa maneira, o artigo se posiciona favorável ao uso de LD em lugares ao ar livre com luminosidade intensa;
  • Houve benefício na troca do dispositivo, após falha na primeira tentativa de IOT. Após a troca, a probabilidade de sucesso foi de 88,2% (LD) e 92% (VL), comparados com 60% e 54%, respectivamente, quando a segunda tentativa foi com o mesmo método.

 

Referências:

  • Kreutziger J, Hornung S, Harrer C, et al. Comparing the McGrath Mac Video Laryngoscope and Direct Laryngoscopy for Prehospital Emergency Intubation in Air Rescue Patients: A Multicenter, Randomized, Controlled Trial. Crit Care Med. 2019 Aug 6. doi 10.1097/CCM.0000000000003918. [Epub ahead of print] PubMed PMID: 31389835.

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