Você conhece a capacidade prognóstica do shock index?

O shock index, razão entre a freqüência cardíaca e pressão arterial sistólica, tem sido usado em pacientes com trauma como preditor de internação e morte.

O shock index, a razão entre a frequência cardíaca (FC) e a pressão arterial sistólica (PAS), tem sido usado em pacientes com trauma como preditor de internação e morte. No entanto, a literatura sobre a sua utilidade ainda é insuficiente.

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Em um novo estudo retrospectivo de 58.336 atendimentos gerais de emergência, pesquisadores analisaram o shock index medido na admissão e determinaram o ponto de corte ideal para a previsão de hospitalização e mortalidade.

Um shock index > 1,2 foi associado a maior probabilidade de admissão hospitalar e mortalidade hospitalar. Este corte é notavelmente maior do que os previamente recomendados de > 0,7 e > 0,9. Estima-se que o shock index em adultos saudáveis varie de 0,5 a 0,7.

Dr. Ronaldo Gismondi, doutor em Medicina e professor de Clínica Médica na Universidade Federal Fluminense, fala mais sobre choque e prioridades iniciais do tratamento:

“Choque pode ser definido como uma oferta de oxigênio insuficiente para a demanda tecidual. Os quatro tipos principais de choque são distributivo (leia-se choque séptico, o mais comum disparado), cardiogênico, obstrutivo e hipovolêmico.

É importante que o médico esteja atento, pois na apresentação inicial a pressão arterial ainda pode estar numa faixa “normal” e o paciente já apresentar má perfusão. Esteja atento ao nível de consciência, frequência cardíaca, padrão respiratório, pulsos periféricos e diurese. Dos exames iniciais, a gasometria tem destaque especial, incluindo nela a dosagem do lactato, importante marcador de má perfusão tecidual.

A abordagem inicial do paciente em choque tem um paralelo entre diagnóstico e suporte/tratamento. Você não deve esperar todos os exames ficarem prontos para tomar decisões. A estratificação de risco tem papel importante aqui, pois são nos pacientes de alto risco que as medidas prioritárias ocorrerão de imediato, ainda que empíricas.

Além do eletrocardiograma e dos marcadores clássicos de disfunção orgânica, o estudo mostrou que a relação entre FC e PAS (o shock index) foi um preditor de internação e morte, sendo portanto promissor para uso na prática clínica. Agora o próximo passo é estudar se um algoritmo de tratamento intensivo para pacientes com shock index alto de fato promoverá redução de risco em comparação com o tratamento convencional.

As prioridades iniciais no tratamento do choque são:

  1. Via aérea pérvia com oxigenação adequada.
  2. Reposição volêmica com cristalóide, bolus inicial de 20 a 30 ml/kg, podendo ser repetido. Use dois bons acessos periféricos (14 ou 16G) e não perca tempo tentando acesso profundo logo de cara!
  3. Início de aminas. Aqui entra o adendo do tipo de choque. A amina inicial será noradrenalina, sendo dopamina uma alternativa para veia periférica. Caso o choque seja cardiogênico, avalie um inotrópico (dobutamina). A história clínica, a presença de turgência jugular, congestão pulmonar e/ou sistêmica, o eletro e a radiografia de tórax serão suas pistas iniciais.
  4. Avalie hemotransfusão se houver hemorragia, mesmo antes dos exames iniciais (grandes traumas e lesões pérfuro-cortantes).
  5. Se houver pistas de choque obstrutivo, medidas mecânicas podem ser necessárias, como drenagem de pleura e pericárdio.”

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Referências:

  • Emerg Med J doi:10.1136/emermed-2015-205532

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