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A cada dia que a medicina avança e novas tecnologias nos entregam métodos diagnósticos e terapêuticos mais eficazes, os custos do sistema de saúde continuam subindo para todos os personagens envolvidos no cenário de saúde. Como já falamos previamente, custo é um dos maiores desafios do sistema saúde neste século – inclusive na minha opinião …

A cada dia que a medicina avança e novas tecnologias nos entregam métodos diagnósticos e terapêuticos mais eficazes, os custos do sistema de saúde continuam subindo para todos os personagens envolvidos no cenário de saúde.



Como já falamos previamente, custo é um dos maiores desafios do sistema saúde neste século – inclusive na minha opinião e de muitos outros, o maior. Dentre os principais elementos, falamos de dois vilões para esse desafio candente: fraudes e ineficiência do sistema.

Uma tática, já aplicada em outros países como os EUA, está começando a ficar mais popular entre as operadoras de saúde nacionais com objetivo de reduzir as gastos médicos, estamos falando da segunda opinião.

A escolha por uma segunda opinião, as vezes terceira ou quarta, é baseado na premissa que muitos procedimentos de alta complexidade, em geral cirurgias, podem ser considerados desnecessários ou possuírem alternativas mais baratas quando discutido entre vários especialistas.

Recentemente, uma parceira entre uma grande operadora e o Hospital Albert Einstein que utilizou da segunda opinião, para paciente com indicação de cirurgias para coluna, gerou uma redução de 50% da necessidade de cirurgia por estes pacientes. Este primeiro sucesso causou repercussão e outras operadoras já estão começando a inserir a segunda opinião como rotina dos seus serviços.

Contar com a segunda opinião é algo natural na medicina. Nós mesmos no dia a dia tomamos a prática como algo comum ao conversar com um colega sobre um caso, ou compartilhar com staff ou professor. Apesar disso, muitas operadoras têm encontrado resistência ao lidar com este formato de avaliação, principalmente dos médicos.

No Brasil, muito médicos não se sentem à vontade de receber uma crítica a conduta ou serem questionados sobre sua decisão para o paciente. Mesmo sendo comum isto ocorrer em ambiente hospitalar, entre colegas médicos, o cenário se transforma quando a abordagem é dirigida pela operadora de saúde e por um colega externo ao serviço.

Muitos médicos acreditam que tal questionamento pode gerar um desconforto na relação médico paciente, além de uma insegurança do mesmo sobre qual conduta deve acreditar. Alguns médicos chegam a dizer que apresentação de uma segunda opinião é quase como “roubar” o paciente.

Estamos passando por um cenário extremamente difícil na saúde brasileira, onde muitas vezes a desvalorização se coloca como uma montanha a ser escalada, principalmente para o médico jovem. Entretanto, não há como negar frente aos escândalos recentes de máfias de próteses, excesso de cirurgias, indicações suspeitas, desvios e outras formas de fraude, que agravam ineficiência do estado, que um olhar mais profundo das operadoras sobre as condutas dos médicos é um fator importante para um sistema de saúde sustentável.

Nós médicos precisamos aprender a lidar com a nova ordem. Reconstruir a imagem desgastada, muitas vezes não por nossa culpa direta e agravada por condutas de maus médicos, e encontrar mecanismos para que nossos pacientes se sintam cada vez mais seguros e as decisões sejam cada vez melhores.

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Referências:

  • https://www.valor.com.br/empresas/4836834/convenios-investem-em-segunda-opiniao-medica

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