- Caracterizar a insônia (dificuldade de dormir, acorda várias vezes durante a noite, dorme pouco);
- Avaliar os hábitos de dormir do paciente (hora que vai dormir, sente sono neste horário, costuma seguir uma rotina, mudou recentemente a rotina, a cama é confortável, o ambiente agradável);
- Avaliar presença de efeitos da má qualidade do sono (fadiga, dificuldade de concentração, irritabilidade, indisposição, mau desempenho laborativo);
- Avaliar presença de fatores estressantes (problemas médicos, morte na família, doença na família, saúde pessoal, estresse no trabalho e outros);
- Avaliar uso de medicamentos que favorecem insônia (clonidina, beta-bloqueadores, antidepressivos, lamotrigina, descongestionantes nasais, estimulantes, teofilina, albuterol, corticoide, hormônio tireoidiano);
- Avaliar consumo de cafeína, álcool e nicotina antes de dormir;
- Rastrear o diagnóstico de “Depressão” através de duas perguntas simples: “Durante o último mês, você se sentiu para baixo, deprimido ou sem esperança com frequência? Sentiu-se frequentemente com pouco interesse ou prazer em fazer suas atividades?” Caso a resposta seja “não” para ambas as perguntas, depressão é um diagnóstico improvável, enquanto caso a resposta seja “sim” para alguma das perguntas, deve-se proceder a teste diagnóstico de depressão.
- História Familiar: Avaliar história familiar de insônia, e insônia familiar fatal (distúrbio raro), e história de doenças psiquiátricas.
Exame Físico
- Pode ser útil para caracterizar achados de doenças orgânicas que predispõe a insônia, bem como diagnóstico diferencial.
- Apneia do Sono: Examinar cabeça e pescoço a procura de: pescoço largo; tonsilas hipertrofiadas; escore de Mallampati de 3 ou 4; baixa altura do palato mole (especialmente em hipertensos e cardiopatas); língua grande; retrognatia ou micrognatia.
- Exame cardíaco e pulmonar são fundamentais para avaliação de cardiopatias e pneumopatias como causa da insônia.
Classificação da Insônia
- Insônia primária: Tipo mais comum; é comportamental e aprendida, sendo desencadeada por hábitos inadequados, estresse e problemas familiares, emocionais ou financeiros. Resulta em um sono de má qualidade e superficial, com duração inadequada, gerando irritação, disforia, ansiedade, cansaço e depressão.
- Insônia secundária: Causada em sua grande maioria por doenças psiquiátricas, neurológicas, cardiovasculares e pulmonares.
- Insônia idiopática: Distúrbio de difícil diagnóstico e tratamento, que se inicia, em geral, na infância. Sua fisiopatologia baseia-se em alterações neuronais do ciclo sono-vigília. Cansaço, irritabilidade, sono excessivo e dificuldade de manter a atenção são os principais sintomas.