Você sabe identificar o que é uma enxaqueca vestibular?

A enxaqueca vestibular é um termo usado para descrever vertigem episódica ou sintomas vestibulares atribuídos à enxaqueca.

A enxaqueca vestibular é um termo usado para descrever vertigem episódica ou sintomas vestibulares atribuídos à enxaqueca. Embora essa associação tenha sido observada desde 1873, ela permanece uma entidade mal definida e compreendida. Alguns fatores que têm dificultado o estudo desta condição são as manifestações clínicas que variam e se sobrepõem a outros distúrbios vestibulares, a compreensão limitada da fisiopatologia subjacente da enxaqueca e a falta de marcadores biológicos ou testes específicos.

A maioria dos pacientes apresentam cefaleia do tipo enxaqueca e sintomas vestibulares episódicos sem outros sintomas neurológicos. Isso distingue a enxaqueca vestibular da enxaqueca com aura do tronco cerebral, na qual pelo menos dois sintomas da circulação posterior são necessários.

Uma história de enxaqueca geralmente precede o desenvolvimento da enxaqueca vestibular, muitas vezes por vários anos. Os principais sintomas clínicos são:

    • Vertigem não provocada– Os pacientes geralmente descrevem episódios de vertigem que podem ser internos (uma falsa sensação de movimento do próprio corpo) ou externos (uma falsa sensação de que o ambiente está girando) e frequentemente agravada por mudanças de posição.
    • Enxaqueca– Um ou mais sintomas de enxaqueca (fotofobia, fonofobia e/ou aura visual) frequentemente ocorrem durante os episódios de vertigem. Embora a vertigem possa ocorrer com ou sem cefaleia, as enxaquecas estão presentes em 50 a 94% das crises vestibulares. Dentro de um episódio, a vertigem pode ocorrer durante ou imediatamente antes da cefaleia.
    • Sintomas auditivos– A fonofobia ocorre em dois terços dos pacientes.  Os sintomas de zumbido bilateral ou unilateral, plenitude e deficiência auditiva subjetiva podem fazer parte do quadro. Desta forma, sua presença não diferencia imediatamente a doença de Meniére da enxaqueca vestibular.

A enxaqueca vestibular é um termo usado para descrever vertigem episódica ou sintomas vestibulares atribuídos à enxaqueca.

Características da enxaqueca vestibular

Quanto as características principais de um episódio de enxaqueca vestibular, merecem destaque:

    • Duração– É variável, onde a vertigem aguda pode durar horas, mas a intolerância ao movimento e a instabilidade podem persistir por um dia ou mais. É raro os sintomas persistirem por mais de 72 horas.
    • Frequência– Os episódios podem ocorrer várias vezes ao dia; mais comumente, eles são relatados algumas vezes a cada ano.
    • Gatilhos– Os gatilhos (privação de sono, certos alimentos, estresse etc.) parecem desempenhar um papel semelhante na enxaqueca vestibular, assim como em outras formas de enxaqueca. Gatilhos visuais e de movimento também são descritos.

Sem um achado de exame ou teste diagnóstico específico, a enxaqueca vestibular é um diagnóstico clínico.

Os critérios da Classificação Internacional de Distúrbios de Cefaleia (ICHD-3) para enxaqueca vestibular são:

    • Uma história atual ou passada de enxaqueca (com ou sem aura)
    • Pelo menos cinco episódios atendendo aos dois critérios a seguir:
      • Sintomas vestibulares de intensidade moderada ou grave, com duração de 5 minutos a 72 horas, e
      • Pelo menos 50% dos episódios associados a pelo menos um dos três critérios de enxaqueca:
        • Cefaleia com pelo menos duas das seguintes características (unilateral, pulsante, intensidade moderada ou grave, que piora com a atividade)
        • Fotofobia e fonofobia
        • Aura visual
    • Se os sintomas não são mais bem explicados por outro diagnóstico

Na prática clínica, os pacientes com episódios espontâneos recorrentes de vertigem preenchem mais frequentemente os critérios para enxaqueca vestibular provável do que para enxaqueca vestibular definitiva. Diante de um diagnóstico provável, é importante considerar o tratamento de qualquer outro distúrbio vestibular coexistente ou sobreposto e reavaliar o diagnóstico, se o paciente não responder ao tratamento ou se as características clínicas mudarem.

Referências bibliográficas:

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