Na última semana, explicamos como descobrir a causa da parada cardiorrespiratória pelo traçado do ECG. Identificar, tratar e reverter o evento é fundamental, porém tão importante quanto é saber manejar o paciente após o sucesso da RCP. Hoje abordaremos as principais medidas que devem ser adotadas a pós-parada cardiorrespiratória.
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Cuidados pós-PCR:
- Otimizar a função cardiopulmonar e a perfusão de órgãos vitais após o RCE;
- Transportar/transferir para um hospital apropriado ou UTI com completo sistema de tratamento pós-PCR;
- Identificar e tratar SCAs e outras causas reversíveis;
- Controlar a temperatura para otimizar a recuperação neurológica;
- Prever, tratar e prevenir a disfunção múltipla de órgãos. Isto inclui evitar ventilação excessiva e hiperóxia;
- Não há evidência favorável ao uso de drogas antiarrítmicas profiláticas na PCR.
Metas de ressucitação hemodinâmica:
- PAM: 65-100 mmHg;
- PVC: 8-12 mmHg;
- Lactato: redução progressiva;
- SvcO2: > 70%;
- Hemoglobina: 7-12 g/dL, ou mais, se possível;
- Débito urinário: > 1 mL/Kg/hora.
Monitorização na síndrome pós-PCR:
- Monitor cardíaco;
- Pressão arterial invasiva e pressão venosa central;
- Oximetria de pulso;
- SvcO2;
- Eletrocardiograma;
- Radiografia de tórax;
- Exames de sangue: lactato, glicemia, eletrólitos, hemograma e gasometria arterial;
- Monitorização hemodinâmica (se disponível): Ecocardiografia e medidas de débito cardíaco;
- Monitorização neurológica (conforme indicação): eletroencefalograma, tomografia e/ou ressonância nuclear magnética de crânio.
Manejo inicial pós-PCR
- Dieta zero;
- Nutrição via enteral contínua a ~ 20 mL/h (Evitar alimentação parenteral), desde que haja trânsito intestinal e a radiografia de tórax não evidencie contra-indicações;
- Cabeceira elevada 30º, e manter cabeça alinhada com tronco;
- Reposição volêmica: Solução cristalóide ~ 30-40 mL/Kg/dia IV (ou volume suficiente para manter débito urinário > 1 mL/Kg/h);
- Suporte Respiratório: Administrar O2 pela via adequada e aspiração regular de vias aéreas (ex: 2/2 horas), se necessário.
Sedação
- Propofol;
- Fentanil;
- Midazolam.
Hipotermia induzida
- Polieletrolítico a 4º C 30-100 mL/Kg/minuto (suspender se temperatura < 34º);
- Vecurônio: se tremor ou refratariedade à tentativa de induzir hipotermia;
- Sulfato de Magnésio: até atingir a temperatura alvo (manutenção dos níveis séricos entre 2 e 4 mg/dL).
Medidas adicionais
- Cobrir mãos e pés com toalhas secas;
- Aplicar gelo nas axilas e virilhas e, eventualmente, lençóis molhados no corpo;
- Utilizar ventilação com ar frio; Suspender o aquecimento do circuito de umidificação do respirador;
- Uso de antitérmicos;
- Controle da glicemia capilar;
- Passagem de sonda nasogástrica e vesical.