Você sabe reconhecer e tratar as 30 afecções dermatológicas mais comuns na infância? (parte 3)

Para terminar nossa série de postagens sobre as afecções dermatológicas mais comuns na infância, veremos hoje a última parte, que é sobre as alterações causadas por infecção viral.

Para terminar nossa série de postagens sobre as afecções dermatológicas mais comuns na infância, veremos hoje a última parte, que é sobre as alterações causadas por infecção viral, abordando doença mão-pé-boca, eritema infeccioso, exantema súbito, herpangina, herpes simples, molusco contagioso, rubéola, sarampo e verruga vulgar.

Você pode acessar as duas primeiras postagens aqui e aqui.

Doença mão-pé-boca – os pais costumam se assustar, mas é uma doença autolimitada causada pelo coxsackie A16 e enterovírus 71, que se apresenta com febre e vesículas circundadas por halo eritematoso na cavidade oral (dependendo da quantidade, há dificuldade para deglutir), seguidas por lesões nas mãos e nos pés. Geralmente, antes das lesões, há febre alta, linfonodos aumentados, falta de apetite, vômito e diarreia. O tratamento é sintomático, explicando aos pais a benignidade do quadro, com resolução em 7 dias. As crianças aceitam melhor alimentos gelados, pastosos e com pouco sal.

Eritema infeccioso – outra doença muito comum e que preocupa os pais, sendo resultado de infecção pelo parvovírus B19. Há lesões eritematosas ou eritematopapulosas em face, poupando a região perioral e o queixo, o que dá o aspecto de bochechas esbofeteadas. Após 1-2 dias, surge eritema reticulado não pruriginoso em tronco e extremidades, com involução espontânea em 1-2 semanas. O tratamento é sintomático.

Exantema súbito – doença benigna, muito comum, causada pelo herpesvírus tipo 6, que ocorre em crianças de 6 meses a 3 anos de idade, havendo febre alta, bom estado geral, poucos sintomas respiratórios e adenopatia cervical. Após a febre cessar, surgem lesões eritematosas ou eritematopapulosas em tronco, pescoço, extremidades proximais e face, involuindo após 2-3 dias sem descamação. O tratamento é sintomático.

Herpangina – causada pelo coxsackievírus, gera muita queixa porque a criança fica chorosa e com dificuldade para se alimentar. Há febre alta por 4-5 dias, dor de garganta e disfagia. É possível visualizar pequenas vesículas (1-2 mm de diâmetro) em faringe, amígdalas, úvula e palato mole. O tratamento é sintomático, com resolução do quadro em 5-7 dias.

Herpes simples – temos visto aumento da frequência de transmissão do vírus dos adultos para as crianças através de beijos e até abuso sexual, sendo notadas vesículas brilhantes e túrgidas, geralmente agrupadas em forma de cacho de uva (5 a 10 lesões), em torno da boca, vulva ou ânus, mas pode ocorrer em qualquer outra parte do corpo. Pode haver involução espontânea em 5 dias, com cura em torno de 2 semanas. O aciclovir é a droga de escolha para o tratamento.

Molusco contagioso – muitas crianças apresentam pápulas cônicas, com brilho e umbilicação central, medindo em torno de 5 mm. Pode ocorrer em qualquer parte da pele, com preferência pelo tronco. O tratamento consiste na curetagem, seguida ou não de pincelagem de iodo.

Rubéola – apesar de ser considerada erradicada no Brasil desde 2015, no ano anterior houve um caso importado, sendo importante ter atenção principalmente porque vários pais estão deixando de vacinar seus filhos. Além do comprometimento das vias aéreas superiores, febre baixa ou moderada, adenopatia pós-auricular e suboccipital, há um rash maculopapular que começa pela cabeça e vai para região cervical e tronco, durando de 3-4 dias. O tratamento é sintomático.

Sarampo – também considerado erradicado no Brasil desde 2016 (sem casos registrados desde 2015), merece atenção pela crescente recusa dos pais a vacinar seus filhos. O paciente abre o quadro com febre alta, tosse, coriza e lacrimejamento. 2 dias antes do exantema, há o sinal de Koplic na mucosa oral, na altura dos molares. O exantema começa pela cabeça e progride de forma descendente, com máculas e pápulas eritematosas, que finalizam com descamação fina após 3-5 dias. Tratamento sintomático, sendo necessário usar antibiótico para algumas complicações.

Verruga vulgar – algumas crianças apresentam pápulas ceratósicas de superfície grosseira, de número variável, com alguns milímetros de diâmetro, isoladas ou agrupadas, mais frequente no dorso das mãos, dedos e joelhos. Podem ser tratadas com aplicação diária de ácido salicílico. Nas crianças mais velhas, a crioterapia é uma opção.

Existem muitas outras afecções dermatológicas que encontramos na clínica pediátrica, mas essas 30 abordadas são as mais comuns. Acesse a nova seção de Dermatologia do WhiteBook e saiba mais sobre essa importante especialidade médica!

Referências:

  • Tratado de Pediatria da SBP, 4ª Ed, 2017
  • P., CLOHERTY, J., EICHENWALD, C., STARK, R.. Manual de Neonatologia, 7ª edição. Guanabara Koogan, 03/2015.
  • Azulay, Rubem David. Dermatologia / Rubem David Azulay, David Rubem Azulay, Luna Azulay-Abulafia – 5ª edição, ver. e atual. – Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008.

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