Você sabe reconhecer um paciente com febre amarela?

A febre amarela voltou a provocar um surto epidêmico no Brasil e, desta vez, em proporções maiores. Mas você sabe reconhecer um paciente com febre amarela?

A febre amarela voltou a provocar um surto epidêmico no Brasil e, desta vez, em proporções maiores e mais próxima aos centros urbanos no país. Mas você sabe reconhecer um paciente com febre amarela?

O primeiro passo é conhecer a doença, provocada por um RNA-vírus Flavivirus e transmitida por mosquitos hematófagos (i.e., gostam de morder e se alimentar do seu sangue!). Na área silvestre, nas matas, a febre amarela é endêmica em certas regiões do Brasil, ou seja, há casos esporádicos, principalmente entre primatas.

Eventualmente algum humano entra nessa área e pode ser picado pelo mosquito. O problema da epidemia atual é sua proximidade das áreas urbanas, onde a transmissão ocorre pelo Aedes aegypti, nosso “amigo” transmissor de dengue, Zika e Chikungunya. Já imaginou a velocidade com que isso ocorreria?

Veja também: ‘NEJM: risco de transmissão urbana de Febre Amarela no Brasil’

Assim como as outras arboviroses, a doença incuba por 3 a 7 dias e o quadro inicial, de viremia, apresenta-se como febre, prostração, cefaleia e mialgia. Pode haver sintomas respiratórios leves e hepatomegalia. Após 3 a 4 dias, há uma melhora parcial, com redução da febre, por 24-48h, seguida da fase “imunológica”, na qual aparece as temidas complicações da doença – hepatite fulminante, icterícia, insuficiência renal e discrasia. A letalidade da doença, isto é, a proporção dos doentes que morrem, chega a 50%, mesmo em séries recentes!!

Em casos suspeitos, a notificação é obrigatória em até 24 horas! Como os sintomas iniciais são inespecíficos, fique atento à história epidemiológica – vindo de RJ, MG ou ES (ou outra área endêmica), e peça para o paciente retornar em 24-48h para reavaliação. Essa é a mesma estratégia das formas dengues de grave e uma tentativa de iniciar tratamento de suporte precoce caso o paciente evolua com as formas graves da doença.

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Para efeitos de Vigilância Epidemiológica, define-se como caso humano suspeito: “Indivíduo com quadro febril Agudo (até 7 dias), de início súbito, acompanhado de icterícia e/ou manifestações hemorrágicas, residente ou precedente de área de risco para febre amarela ou de locais com ocorrência de epizootias em primatas não humanos ou isolamento de vírus vetores nos últimos 15 dias, não vacinado contra febre amarela ou com estado vacinal ignorado”.

A confirmação do diagnóstico pode ser feita por sorologia (IgM/IgG, ELISA) ou por detecção viral em tecido (mais útil nos primeiros dias, quando há viremia; há PCR disponível). O Ministério da Saúde lançou norma técnica orientando coleta e armazenamento adequado das amostras.

Não há tratamento específico, apenas o suporte. Por isso, a estratégia de prevenção é fundamental. Ao contrário do dengue e cia, a febre amarela tem vacina eficaz. Como ela é de vírus vivo atenuado, é importante estar atento às contra-indicações e complicações (veja abaixo). A área de vacinação obrigatório foi atualmente ampliada, com a inclusão de todo o estado de MG, ES e RJ.

E mais: ‘Contraindicações para a vacina contra Febre Amarela’

orientações sobre a febre amarela
Reprodução / Facebook da Ministério da Saúde (https://pt-br.facebook.com/minsaude/)

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