Publicamos esta semana uma matéria sobre aranha marrom e informações e medidas contra suas picadas. Aproveitamos este artigo para trazer em nossa seção semanal de conteúdos compartilhados do Whitebook Clinical Decision: tratamento da picada por aranha marrom.
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Picada por Aranha Marrom
Introdução
- Características: Pouco agressiva, com hábitos noturnos. Encontrada em materiais de construção, barrancos e residências (atrás dos móveis, cortinas, dentro de sapatos e roupas). Muito comuns nos estados da região sul do Brasil.
Fisiopatologia e Manifestações
- Veneno: O componente mais importante do veneno é a enzima esfingomielinase-D. Esta enzima atua no endotélio vascular e em hemácias, ativa a cascata de coagulação, sistema complemento e plaquetas, podendo desencadear até mesmo hemólise intravascular.
- Quadro Clínico:
- Forma cutânea: Característica progressiva e lenta. Dor, edema e eritema local:
- Lesão incaracterística: Bolha com conteúdo seroso, edema, calor e rubor;
- Lesão sugestiva: Bolha, equimose, edema e dor em queimação;
- Lesão característica: Dor em queimação, lesões hemorrágicas focais, placa marmórea (áreas pálidas e isquemia) e necrose.
- Forma Cutâneo-Visceral (hemolítica):
- Manifestações cutâneas;
- Hemólise intravascular (primeiras 24h);
- Petéquias e equimoses (CIVD);
- A principal complicação é IRA (1% a 15% dos casos).
- Exames complementares: Não há exames específicos. Deve-se solicitar hemograma, coagulograma e bioquímica (glicose, ureia, creatinina, sódio, potássio, bilirrubina total e frações, haptoglobina).
- Alterações laboratoriais
- Leucocitose com neutrofilia;
- Elevação de CK, LDH e AST;
- Anemia com reticulocitose, aumento de bilirrubina indireta e diminuição da haptoglobina;
Tratamento Específico
- Geral:
- Corticoterapia: Prednisona VO 40mg/dia para adultos e 1mg/kg/dia para crianças por aproximadamente 5 dias;
- Dapsone (DDS): 50 a 100mg/dia VO por duas semanas (deve-se acompanhar o quadro clinico laboratorial pelo possível risco de metamoglobinemia).
- Suporte:
- Local: Analgésicos, compressas frias, antissépticos. Em caso de infecção secundária antibiótico sistêmico, escarotomia após a delimitação da área de necrose e se necessário intervenções cirúrgicas;
- Sistêmicas: Transfusão sanguínea ou concentrado de hemácias quando quadro de anemia intensa e manejo da IRA (acompanhar o quadro pela diurese do paciente – 30 a 40 ml/h no adulto, 1 a 2 ml/Kg/h na criança).
- Específica:
- Casos leves: Não há necessidade de soro antiaracnídico – Acompanhar durante 72h;
- Moderados: Alterações sistêmicas sem alterações laboratoriais sugestivas de hemólise – 5 Ampolas de Soro antiaracnídico (SAAr) IV;
- Graves: Alterações do estado geral e hemolíticas, com evolução rápida – 10 ampolas de SAAr IV.
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Artigo completo, objectivo é diretor agradecido.