Whitebook: como abordar a Covid-19 em pediatria?

Em nossa publicação semanal de conteúdos compartilhados do Whitebook Clinical Decision, vamos falar sobre a abordagem terapêutica da Covid-19 em pediatria.

Esta semana, falamos no Portal PEBMED sobre várias questões da pandemia de coronavírus, como o protocolo de manejo da Covid-19 em crianças e adolescentes. Por isso, em nossa publicação semanal de conteúdos compartilhados do Whitebook Clinical Decision, vamos falar sobre a abordagem terapêutica da Covid-19 em pediatria.

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Este conteúdo deve ser utilizado com cautela, e serve como base de consulta. Este conteúdo é destinado a profissionais de saúde. Pessoas que não estejam neste grupo não devem utilizar este conteúdo.

criança com covid-19 usando máscara na transmissão na pediatria

Abordagem Terapêutica

Não há tratamento específico contra a Covid-19 com benefício comprovado na literatura. O tratamento clínico é de suporte.

Evitar uso de corticosteroides sistêmicos sem indicação para esses pacientes.

O Ministério da Saúde não recomenda a prescrição de ibuprofeno para pacientes com suspeita ou confirmação de Covid-19.

Restringir procedimentos que gerem aerossóis, como nebulização e aspiração de vias aéreas. Prover ambiente mais adequado, idealmente quarto de isolamento respiratório, e equipamentos de proteção individual para todos os casos em que seja necessária intubação orotraqueal.

Puérperas, Neonatos, Lactentes e Lactantes

Recomendação sobre amamentação conforme Sociedade Brasileira de Pediatria: Manter a amamentação caso o bebê e a mãe tenham condições, em quarto de isolamento. A mãe com suspeita ou comprovação de Covid-19 deverá usar máscara cirúrgica durante a amamentação e lavar as mãos antes de tocar no bebê. Caso a mãe não se sinta à vontade para amamentar diretamente o bebê poderá extrair seu leite manualmente ou por bombas de extração láctea, com higiene adequada. Um cuidador saudável poderá oferecer o leite por copinho, xícara ou colher, caso ele saiba administrar adequadamente com esses utensílios. Durante os intervalos das mamadas, o neonato deve ser colocado em berço a dois metros de distância do leito materno.

Se o neonato necessitar de UTI Neonatal, a mãe com suspeita ou comprovação de Covid-19 só poderá visitá-lo após o período de transmissibilidade de 14 dias.

Se a mãe com suspeita ou comprovação de Covid-19 estiver internada em UTI e o neonato (RN) estiver estável, o RN deve permanecer em quarto privativo com acompanhante saudável durante sua permanência hospitalar.

Crianças e Adolescentes com Quadro Leve

Pacientes que não necessitem de internação hospitalar devem ser submetidos a isolamento domiciliar e devem ser orientados que na presença de sinal de alarme (como dispneia, sinais de esforço respiratório, cianose, tonteira e diminuição da diurese) devem retornar para Emergência para avaliar hospitalização.

Crianças e Adolescentes com Indicação de Internação Hospitalar

Para os pacientes com imunocomprometimento ou sinal de gravidade (como desconforto ou insuficiência respiratória ou instabilidade hemodinâmica), recomenda-se internação hospitalar em quarto de isolamento respiratório de CTI ou quarto de isolamento de Unidade Intermediária, dependendo da gravidade. Avaliar repetir o PCR para Covid-19 antes de retirá-lo do isolamento para transferência a ambiente de CTI compartilhado ou enfermaria.

O paciente deve ser mantido em quarto de isolamento com profissionais de saúde que estejam usando equipamento de proteção individual (EPI), como óculos de proteção, máscara N95, avental descartável, máscara de proteção facial (óculos de proteção ou face shield) e luvas de procedimento.

Diante de Criança ou Adolescente Grave com Suspeita ou Confirmação de Covid-19

Com a equipe de saúde em uso dos EPIs citados acima, se o paciente estiver grave, monitorizar o paciente com oximetria de pulso, cardioscopia (eletrodos) e pressão não invasiva. Fornecer oxigênio em alto fluxo com máscara com reservatório não reinalante de oxigênio com 10 L/minuto até 1 ano de idade e de 10 a 15 L/minuto para maiores de 1 ano de idade, e avaliar necessidade de suporte ventilatório. Obter dois acessos venosos periféricos.

O paciente deve ser mantido em quarto de isolamento com profissionais de saúde usando EPI, como óculos de proteção, máscara N95, avental descartável, máscara de proteção facial (face shield) e luvas de procedimento.

Nos casos de insuficiência respiratória aguda:

  • Nos casos moderados, avaliar uso de ventilação não invasiva. Observação: há risco de gerar aerossol;
  • Não postergar a intubação orotraqueal nos pacientes hipoxêmicos não responsivos à oxigenioterapia e, então, instituir ventilação mecânica invasiva precocemente. Seguir Protocolo de Sequência Rápida de Intubação e Procedimento de Intubação Orotraqueal em Covid-19 e, se possível, usar videolaringoscópio. O profissional mais experiente em intubação orotraqueal deve realizar o procedimento idealmente em quarto de isolamento e todas as medidas de proteção individual para a equipe de saúde devem ser adotadas.

Ventilação mecânica invasiva: Devemos visar ventilação mecânica protetora, como na Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo. Geralmente, usamos ventilação controlada à pressão (PCV) assistida-controlada.

Visar ventilação mecânica invasiva protetora:

  • FiO2 ≤ 60%;
  • Delta de pressão ≤ 15 cmH2O;
  • Titular PEEP conforme a necessidade de FiO2;
  • Visar volume corrente, inicialmente, de 6 a 8 mL/kg;
  • Pressão de platô 28 a 32 cmH2O;
  • Para mais informações, caso o paciente esteja com Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo, acesse tema específico.

Diante de quadro de choque séptico: Fazer expansão volêmica com 20 mL/kg de SF EV em bolus. Avaliar necessidade de repetir expansão volêmica até total de 60 mL/kg se o paciente não tiver sinais de congestão volêmica. Caso seja refratário à fluidoterapia ou apresente sinais de congestão volêmico, iniciar aminas vasoativas por acesso venoso profundo. Para mais informações, acesse Sepse.

Este conteúdo foi desenvolvido por médicos, com objetivo de orientar médicos, estudantes de medicina e profissionais de saúde em seu dia-a-dia profissional. Ele não deve ser utilizado por pessoas que não estejam nestes grupos citados, bem como suas condutas servem como orientações para tomadas de decisão por escolha médica. Para saber mais, recomendamos a leitura dos termos de uso dos nossos produtos.

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