Whitebook: como abordar a síndrome inflamatória multissistêmica relacionada à Covid-19?

Em nossa publicação semanal de conteúdos compartilhados do Whitebook, vamos falar sobre a síndrome inflamatória multissistêmica relacionada à Covid-19.

Esta semana, falamos no Portal PEBMED sobre várias questões da pandemia da doença pelo novo coronavírus. Por isso, em nossa publicação semanal de conteúdos compartilhados do Whitebook Clinical Decision, vamos falar sobre a abordagem da síndrome inflamatória multissistêmica relacionada à Covid-19.

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Este conteúdo é parte de uma conduta disponível no Whitebook e deve ser utilizado com cautela. Este conteúdo é destinado a profissionais de saúde. Pessoas que não estejam neste grupo não devem utilizar este conteúdo.

Definição: Apresentação da infecção pelo SARS-CoV-2 em crianças e adolescentes que se assemelha à doença de Kawasaki, doença de Kawasaki incompleta e/ou síndrome do choque tóxico.

uti de crianças com síndrome inflamatória multissistêmica relacionada à Covid-19

Critérios diagnósticos

A Organização Mundial de Saúde publicou um documento sugerindo uma definição de caso preliminar para a síndrome multissistêmica associada à Covid-19:

  • Crianças e adolescentes de 0 a 19 anos com febre ≥ 3 dias mais dois dos seguintes:
    • Exantema ou conjuntivite não exsudativa bilateral ou sinais de inflamação mucocutânea (orais, mãos ou pés);
    • Hipotensão ou choque;
    • Sinais de disfunção miocárdica, pericardite, valvulite ou anormalidades coronarianas (incluindo achados do ecocardiograma ou elevações de troponina/pró-BNP);
    • Evidência de coagulopatia (TP, TTPA, D-dímero elevado);
    • Problemas gastrointestinais agudos (diarreia, vômito ou dor abdominal);
  • Mais marcadores elevados de inflamação, como VHS, PCR ou procalcitonina;
  • Mais evidência de Covid-19 (RT-PCR, teste antigênico ou sorologia positiva) ou provável;
  • Mais nenhuma outra causa de inflamação microbiana, incluindo sepse bacteriana, síndromes de choque estafilocócico ou estreptocócico;
  • É necessário confirmar a infecção pelo SARS-CoV-2, soroconversão ou exposição à COovid-19 nas últimas quatro semanas antes do início dos sintomas.

Acompanhamento

  • Uso apropriado de equipamento de proteção individual (EPI);
  • Monitorização cardiorrespiratória rigorosa, incluindo oximetria de pulso contínua, aferição de PA e ECG;
  • Coleta de exames de entrada e de controle: hemograma, urina tipo 1, eletrólitos, bioquímica, coagulograma, fibrinogênio, D-dímero, ferritina, troponina, pró-BNP, CK, sorologias, hemocultura, urocultura, coprocultura e cultura da orofaringe, triglicérides;
  • Solicitar painel viral respiratório, com pesquisa de SARS-CoV-2 por RT-PCR e sorologia para SARS-CoV-2;
  • Atentar-se para a possibilidade de rápida deterioração do quadro clínico com piora da inflamação (elevação ou persistência da febre, piora cardiorrespiratória, agravamento dos sintomas gastrintestinais, hepatoesplenomegalia ou linfadenopatia, piora do exantema cutâneo e dos sintomas neurológicos);
  • Dados laboratoriais de agravamento do quadro: citopenias, hiperferritinemia, VHS baixo ou em queda (sugerindo tempestade de citocinas), consumo abrupto do fibrinogênio (coagulopatia), TGO, TGP ou DHL em ascensão, hipertrigliceridemia, aumento de D-dímero e hiponatremia com comprometimento da função renal;
  • Nos casos com envolvimento miocárdico(troponina e/ou pró-BNP elevados, alterações ao ECG e/ou anormalidades no ecocardiograma), fazer monitorização rigorosa com exames.

Abordagem Terapêutica

  • Tratamento de suporte para doença leve ou moderada;
  • Não realizar terapias antivirais e imunomoduladoras fora de protocolos clínicos bem definidos;
  • Transferir pacientes quando houver deterioração clínica ou doença grave;
  • Em casos graves: reanimação e tratamento de suporte padrão do Pediatric Advanced Life Support (PALS), se necessário;
  • Realizar antibioticoterapia empírica após coleta de hemoculturas;
  • Considerar uso de gamaglobulina e AAS nos casos que preenchem critérios para doença de Kawasaki;
  • Avaliar gamaglobulina intravenosa caso os critérios para a síndrome do choque tóxico sejam preenchidos.
Este conteúdo foi desenvolvido por médicos, com objetivo de orientar médicos, estudantes de medicina e profissionais de saúde em seu dia a dia profissional. Ele não deve ser utilizado por pessoas que não estejam nestes grupos citados, bem como suas condutas servem como orientações para tomadas de decisão por escolha médica. Para saber mais, recomendamos a leitura dos termos de uso dos nossos produtos.

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