Whitebook: como realizar o diagnóstico da sífilis?

Em nossa publicação semanal de conteúdos do Whitebook Clinical Decision, separamos os critérios sobre diagnóstico e apresentação clínica da  sífilis.

Essa semana no Portal da PEBMED falamos sobre os perigos da sífilis durante o Carnaval. Por isso, em nossa publicação semanal de conteúdos compartilhados do Whitebook Clinical Decision, separamos os critérios sobre diagnóstico e apresentação clínica da  sífilis.

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Este conteúdo deve ser utilizado com cautela, e serve como base de consulta. Este conteúdo é destinado a profissionais de saúde. Pessoas que não estejam neste grupo não devem utilizar este conteúdo.

Definição: A sífilis é uma infecção sistêmica crônica, causada por uma espiroqueta anaeróbia, o Treponema palliduim. A doença pode ser dividida em infecção congênita ou adquirida.

Fisiopatologia: A sífilis adquirida pode ser dividida em recente (até um ano após a infecção) e tardia (com mais de um ano de evolução). A adquirida recente pode ser primária, secundária e latente recente (sem manifestações), já a adquirida tardia pode ser classificada como latente tardia e terciária.

Sífilis primária (cancro duro ou protossifiloma):

  • Apresenta um período de incubação, podendo variar de 10 a 90 dias. Em média, após 21 dias do contato surge uma úlcera rósea, indolor, única, de aproximadamente 2 cm com bordas delimitadas, endurecidas e elevadas, e fundo limpo (secreção serosa escassa), liso e brilhante. A maioria dos pacientes cursa com linfadenopatia regional uni ou bilateral, não supurativa, móvel e indolor, que geralmente aparece 7 a 10 dias após o surgimento da lesão primária;
  • A lesão pode levar até 8 semanas para regredir, mesmo na ausência de tratamento. A sífilis aumenta o risco e contrair HIV em 2 a 3 vezes mais, uma vez que a úlcera é uma porta de entrada para o vírus.

Sífilis secundária:

  • Após 6 semanas a 6 meses do desaparecimento da lesão primária, surgem lesões cutâneo mucosas simétricas, não ulceradas, localizadas ou difusas: roséolas (manchas eritematosas), pápulas eritemato-acastanhadas (sífilide papulosas), alopécia, madarose, lesões elevadas mucosas (placas mucosas), lesões pápulo-hipertróficas (condiloma plano). As lesões irão desaparecer em 2 a 6 semanas e a infecção entra em fase latente, sendo diagnosticada apenas através de métodos sorológicos.

Sífilis latente:

  • Nessa fase da doença, o paciente encontra-se assintomático. Pode durar de 3 a 20 anos; dois terços desses pacientes não evoluem para sífilis terciária, não apresentando complicações.

Sífilis terciária:

  • A sífilis terciária tem como sintomas os tubérculos ou gomas, tabes dorsalis, artropatia de Charcot e acometimento do sistema cardiovascular. Pode surgir até 20 anos após a latência.

Fatores de risco:

  • As mulheres com maior risco são as de grupos socioeconômicos desfavorecidos, adolescentes, diversidade de parceiros sexuais e início de vida sexual precoce.

O diagnóstico da sífilis primária é feito principalmente pela microscopia de campo escuro (padrão-ouro) ou pelo teste de imunofluorescência direta do líquido da lesão. Existem ainda testes não treponêmicos que podem auxiliar o diagnóstico suspeito, são eles: VDRL (Venereal disease Research Laboratory) e RPR (Rapid Plasm Reagin).

Como alternativa, pode-se optar pelos testes treponêmicos, que são: FTA-Abs (Fluorescent Treponemal Antibody Absorption) e o TP-PA (teste de aglutinação passiva para anticorpo Treponema pallidum).

O VDRL e o RPR podem ser usados para avaliar resposta ao tratamento. Pacientes previamente tratadas que apresentam aumento de quatro vezes no título (duas diluições) devem ser submetidas a testes específicos para o treponema.

  • Herpes genital;
  • Cancro mole;
  • Linfogranuloma venéreo (LGV).

Pacientes tratadas para sífilis primária ou secundária devem apresentar uma redução de quatro vezes no título no VDRL ou RPR ao longo dos primeiros seis meses após o tratamento, ou nos 12 a 24 meses no caso de sífilis latente ou com títulos iniciais de maiores que 1:32. É importante lembrar que algumas pacientes não negativam o teste, apresentando uma cicatriz sorológica (dosagem baixa persistente).

Sífilis primária, secundária, latente precoce (< 1 ano):

  • Penicilina G benzatina 2,4 milhões unidades IM, em dose única;
  • Alérgicas não grávidas: doxiciclina 100 mg de 12/12 horas VO, por 2 semanas;
  • Grávidas alérgicas devem ser dessensibilizadas, uma vez que nelas o tratamento só considerado eficaz se realizado com penicilina G benzatina.

Sífilis latente tardia, terciária e cardiovascular:

  • Penicilina G benzatina 2,4 milhões unidades IM, semanalmente, por 3 semanas
  • Alérgicas não grávidas: doxiciclina 100 mg VO de 12/12 horas, por 4 semanas.
Este conteúdo foi desenvolvido por médicos, com objetivo de orientar médicos, estudantes de medicina e profissionais de saúde em seu dia-a-dia profissional. Ele não deve ser utilizado por pessoas que não estejam nestes grupos citados, bem como suas condutas servem como orientações para tomadas de decisão por escolha médica. Para saber mais, recomendamos a leitura dos termos de uso dos nossos produtos.

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