Essa semana no Portal da PEBMED falamos sobre o novo escore que prevê mortalidade por esteato-hepatite. Por isso, em nossa publicação semanal de conteúdos compartilhados do Whitebook Clinical Decision, separamos os critérios sobre diagnóstico e apresentação da esteato-hepatite.
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A doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA), ou esteato-hepatite, é definida pela infiltração gordurosa do fígado (esteatose). Diagnosticada em exames por imagem ou histologia, na ausência de causas secundárias de acúmulo de gordura, como consumo significativo de álcool, uso de medicação esteatogênica ou doenças hereditárias.
Fisiopatologia: Ainda não totalmente definida. Na etapa inicial, a resistência à insulina e o hiperinsulinismo podem contribuir para a esteatose hepática por diferentes mecanismos: a) favorecimento da lipólise periférica, com aumento de captação de ácidos graxos pelo fígado; b) estímulo da síntese hepática de ácidos graxos; c) interferência na oxidação mitocondrial de ácidos graxos, que induz a um maior acúmulo destes ácidos livres e esterificados no fígado.
Na etapa seguinte, com o desenvolvimento da esteato-hepatite há envolvimento de vários fatores: produção anormal de citocinas, estresse oxidativo, alteração na expressão de PPARs e no metabolismo do ferro. Entretanto, é também possível, que as alterações que acompanham a resistência à insulina e as variações da microbiota intestinal tenham participação na patogênese da esteato-hepatite. Entre estas, as alterações nos níveis de leptina, liberação de citocinas como interferon, TNF-? e interleucina-10 e o aumento da expressão da CYP2E1.
Epidemiologia: A DHGNA é a patologia hepática mais comum nos países ocidentais, afetando 17 a 46% dos adultos. Segunda causa de transplante hepático e terceira causa de hepatocarcinoma nos EUA.
Quadro clínico: Estima-se que 40 a 100% dos indivíduos portadores de DHGNA sejam assintomáticos. Os sintomas são, na maioria, inespecíficos, como desconforto no epigástrio ou no hipocôndrio direito. Deve-se questionar sobre consumo de álcool, drogas, medicações, exposição a toxinas ambientais e antecedentes epidemiológicos associados aos vírus da hepatite.
Fatores de risco:
O exame físico deve ser completo, com atenção especial para os níveis da pressão arterial, índice de massa corpórea e circunferência da cintura. O dado mais comum ao exame físico é a hepatomegalia, mas no estágio de cirrose a DHGNA pode apresentar sinais de insuficiência hepática (teleangectasias, ginecomastia, eritema palmar e icterícia).
Em pacientes com diagnóstico de esteatose hepática detectados em exames de imagem, mas que não apresentem sintomas ou sinais atribuíveis a doença hepática, ou ainda perfil hepático alterado, recomenda-se avaliar os fatores de risco metabólicos (obesidade, intolerância à glicose, a dislipidemia), doença alcoólica do fígado, e as outras causas de DHGNA.
Rastreamento de rotina para pacientes de alto risco de DHGNA não é recomendado pela diretriz norte-americana. No entanto, a diretriz europeia recomenda o rastreamento em pacientes com obesidade, síndrome metabólica e diabetes.
Não é recomendado o rastreamento sistemático de DHGNA para membros da família de pacientes com DHGNA.
Exames laboratoriais:
Exames de imagem: Ultrassonografia de abdome é considerada o método de primeira escolha para diagnóstico de esteatose. Sua especificidade é estimada de 93% para detectar esteatose hepática grave, embora sua sensibilidade seja baixa na presença de esteatose leve (principalmente se menor que 20%) ou nos indivíduos com índice de massa corporal (IMC) elevado (> 40 kg/m2). Na presença de dúvida diagnóstica, pode ser utilizada ressonância magnética de abdome (padrão ouro de imagem), com ou sem espectroscopia, sendo essa particularmente útil para distinção entre esteatose hepática focal e nódulos hepáticos.
Avaliação de fibrose hepática:
Histologia: Permite a diferenciação de EHNA e NASH, além de estadiar o grau de fibrose. Avalia a presença de esteatose, inflamação lobular e balonização. Devem ser empregados escores específicos: NAS ou SAF.
O controle de fatores metabólicos, como obesidade, diabetes e dislipidemia, é recomendado, utilizando-se, quando necessários, medicamentos indicados no tratamento específico destas condições metabólicas.
Mudança do estilo de vida:
Medicamentoso:
Cirúrgico: Cirurgia bariátrica pode ser considerada em pacientes que preencham os critérios (pacientes com IMC > 40kg/m2 ; IMC > 35kg/m2 associado a comorbidades).
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