Whitebook: você sabe sobre a coqueluche?

Em nossa publicação semanal de conteúdos compartilhados do Whitebook Clinical Decision, vamos falar sobre a coqueluche.

No Portal PEBMED tivemos um caso clínico essa semana de uma paciente de 7 meses com crises de tosse. O diagnóstico apontou para a possibilidade de uma coqueluche. Por isso, em nossa publicação semanal de conteúdos compartilhados do Whitebook Clinical Decision, vamos falar sobre essa doença.

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Este conteúdo deve ser utilizado com cautela, e serve como base de consulta. Este conteúdo é parte de uma conduta do Whitebook e é destinado a profissionais de saúde. Pessoas que não estejam neste grupo não devem utilizar este conteúdo.

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Fisiopatologia

As formas patogênicas de Bordetella pertussis apresentam cápsula e levam ao quadro infeccioso devido ao acometimento do trato respiratório. O homem representa o único reservatório natural. O período de incubação consiste de cinco a dez dias (variação de quatro a 42 dias). A transmissão ocorre por contato direto por meio de gotículas de secreção da orofaringe, eliminadas durante a fala, tosse e/ou espirro desde o 5o dia após exposição até a 6a semana do início do quadro paroxístico.

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Anamnese e Exame Físico

A coqueluche apresenta três fases consecutivas.

Fase catarral:

  • No período de uma a duas semanas, ocorrem manifestações respiratórias e sintomas como febre, mal-estar geral, coriza e tosse seca, seguidos de surtos de tosse progressivos em intensidade e frequência, evoluindo para crises de tosses paroxísticas.

Fase paroxística:

  • Fase caracteristicamente afebril ou com febre baixa, com picos possíveis diários e com paroxismos de tosse seca com crises súbitas (até 30 episódios em 24 horas), incontroláveis, rápidas e de curta duração;
  • Durante as crises, o paciente apresenta importante dificuldade inspiratória, com congestão facial e, eventualmente, cianose, podendo apresentar, consequentemente, apneia e êmeses;
  • O estreitamento da glote pode levar ao som denominado de “guincho”;
  • Essa fase dura de duas a seis semanas.

Fase de convalescença:

  • Ocorre o desaparecimento dos paroxismos, sendo substituídos pela tosse comum, com duração de duas a seis semanas, ou até mesmo três meses.

Em indivíduos parcialmente vacinados ou vacinados há mais de cinco anos, a doença não se apresenta sob a forma clássica. Ela apresenta formas atípicas, com tosse persistente sem paroxismos, guincho característico ou vômito pós-tosse.

Em lactentes jovens (especialmente < 6 meses) ocorre maior frequência de formas graves, potencialmente letais, devido a episódios de apneia, parada respiratória, convulsões e desidratação decorrente dos episódios repetidos de vômitos.

Complicações: Pneumonia por B. pertussis; pneumonias por outras etiologias; ativação de tuberculose latente; atelectasia; bronquiectasia; enfisema; pneumotórax; ruptura de diafragma; encefalopatia aguda; convulsões; coma; hemorragias intracerebrais; hemorragia subdural; estrabismo; surdez; hemorragias subconjuntivais; otite média; epistaxe; edema de face; úlcera do frênulo lingual; hérnias (umbilicais, inguinais e diafragmáticas); conjuntivite; desidratação e/ou desnutrição.

Abordagem terapêutica

A antibioticoterapia consiste no uso de Azitromicina (1ª linha) ou de Claritromicina, Eritromicina ou Sulfametoxazol + trimetoprima.

A imunidade adquirida decorre da infecção ou pela vacinação com o mínimo de três doses (para menores de 1 ano, aos 2, 4 e 6 meses, com intervalo de 30-60 dias), com a vacina pentavalente (tríplice bacteriana – DTP + Hib + hepatite B) aos 15 meses, e um segundo reforço aos 4 anos com a DTP. Após cinco a dez anos da última dose da vacina, em média, a proteção pode ser pouca ou inexistente.

A vacina dTpa (acelular) é recomendada para crianças com risco aumentado de eventos graves adversos à vacina com células inteiras. Uma estratégia adicional é vacinar todas as gestantes com a vacina do tipo adulto — dTpa, que deverá ser administrada a cada gestação, a partir da 20ª semana. Em gestantes que não foram vacinadas durante a gravidez, aplicar uma dose de dTpa no puerpério o mais precocemente possível. Para profissionais de saúde, administrar dTpa e reforço a cada dez anos com dTpa para indivíduos com esquema previamente completo. Para aqueles com esquema de vacinação básico incompleto, administrar uma dose de dTpa e completar o esquema com uma ou duas doses de dT, de forma a totalizar três doses da vacina.

Quimioprofilaxia:

    Consiste no mesmo esquema para tratamento com antimicrobianos, sob as seguintes indicações para os comunicantes:

  • Com idade < 1 ano;
  • Com idade entre 1-7 anos não vacinados ou com situação vacinal incompleta ou desconhecida;
  • > 7 anos com contato íntimo e prolongado com caso suspeito de coqueluche no período de transmissibilidade (21 dias antes dos sintomas até três semanas após o início da fase paroxística);
  • > 7 anos com contato íntimo e prolongado com comunicante vulnerável no mesmo domicílio;
  • Profissionais de saúde ou que trabalham com crianças.

Observação: Comunicante vulnerável: neonatos contactantes de sintomáticos respiratórios; < 1 ano, com menos de três doses de pentavalente ou tetravalente ou DTP; < 10 anos não imunizados ou com vacinação incompleta; mulheres no último trimestre de gestação; imunocomprometidos ou doença crônica grave.

Este conteúdo foi desenvolvido por médicos, com objetivo de orientar médicos, estudantes de medicina e profissionais de saúde em seu dia a dia profissional. Ele não deve ser utilizado por pessoas que não estejam nestes grupos citados, bem como suas condutas servem como orientações para tomadas de decisão por escolha médica. Para saber mais, recomendamos a leitura dos termos de uso dos nossos produtos.

 

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