Xantelasma: Diagnóstico e tratamento

O xantelasma é uma placa de gordura, amarelada que ocorre mais comumente no canto interno da pálpebra. Saiba mais no Portal PEBMED.

O xantelasma é uma placa de gordura, amarelada que ocorre mais comumente no canto interno da pálpebra, principalmente da pálpebra superior. Geralmente é simétrico e bilateralAs placas são indolores, e sua evolução é lenta, de forma que a doença se desenvolve de forma crônica e permanente, com tendência a progredir e coalescer.

São lesões benignas, ou seja, não são lesões que trazem grandes preocupaçõesGeralmente, o motivo pelo qual os pacientes procuram ajuda médica é o incômodo estético.

xantelasma

Epidemiologia 

É mais comum em mulheres de meia idade, mais frequentemente encontrado em pacientes de ascendência asiática ou mediterrânea. 

Fisiopatologia 

O xantelasma é o subtipo mais comum de xantoma. O xantoma é o depósito de colesterol em qualquer parte do corpo. Quando este depósito ocorre na pálpebra dos olhos, recebe o nome de xantelasma.  

 Causas 

O mecanismo patogênico exato não é totalmente compreendido, porém o desenvolvimento do quadro pode ser sinal de que algo está errado no organismo. Cerca de 50% dos pacientes que desenvolvem xantelasma têm dislipidemia. A hipercolesterolemia pode ser identificada pelo colesterol total superior a 200 miligramas por decilitro (mg/dL), já a hipertrigliceridemia pode ser identificada por triglicerídeos acima de 150 mg/dL e níveis diminuídos de lipoproteína de alta densidade (HDL), também conhecida como colesterol bom, identificada por HDL abaixo de 40 mg/dL. Por isso todas as pessoas que têm xantelasma precisam dosar o colesterol no sangue e fazer um tratamento e acompanhamento médico. Existem algumas condições de saúde que favorecem o aparecimento do xantelasma além da dislipidemia, como: tabagismo, diabetes, pressão alta, obesidade, baixos níveis de HDL, dieta rica em gorduras saturadas, excesso de álcool. Embora frequentemente associado a outras doenças, a patologia também pode ocorrer em indivíduos normolipidêmicos, ou seja, em pessoas com taxas normais de colesterol e triglicérides. Também pode ser um marcador de doença arterial coronariana subjacente.

Quadro clínico 

Placas de contorno bem definidos, de coloração amarelo-escura ou acastanhada, indolores, de superfície lisa, aveludada ou discretamente granulosa, consistência amolecida e disposição na maioria das vezes simétrica e bilateral. Localizado principalmente no canto interno do olho, na maior parte dos casos na pálpebra superior.  

Diagnóstico

É essencialmente clínico. Isto é, só de olhar o médico já faz o diagnóstico. Na maioria das vezes não há necessidade de exames de imagem ou biópsia, porém, o médico pode solicitar exame anatomopatológico para confirmar o diagnóstico, se considerar necessário.

Diagnóstico diferencial 

Outras lesões comuns na região dos olhos podem parecer muito com o xantelasma e tornar o diagnóstico diferencial entre elas um desafio. Dentre elas: xantogranuloma necrobiótico, siringoma, hiperplasia sebácea, milio. O xantogranuloma necrobiótico ocasiona nódulos e placas amarelados na região periorbital. Pode acometer outros órgãos como fígado, baço, gamopatia IgG monoclonal, dentre outros. Os siringomas são tumores écrino benignos, que se apresentam como pequenas pápulas normocrômicas, geralmente múltiplas e assintomáticas. A hiperplasia sebácea é uma lesão pequena, amarelada, com depressão central. Ocorre devido ao aumento das glândulas sebáceas, que se tornam mais volumosas. Os mílios são pequenos cistos compostos por queratina, que aparecem predominantemente ao redor dos olhos na forma de pápulas normocrômicas.

Tratamento

O xantelasma não regride espontaneamente, tende a permanecer do mesmo tamanho ou coalescer e formar placas maiores, mesmo se os níveis elevados de colesterol forem controlados. O tratamento do xantelasma tem como finalidade destruir as lesões. Geralmente, o procedimento realizado é a cirurgia excisional simples, que consiste em retirar a lesão por completo, fechamento da ferida cirúrgica com fios de sutura ou por segunda intensão, a critério do médico. Essa abordagem tem como vantagem ser sessão única, desde que não ocorra recidiva. Outras possibilidades, entretanto, também podem ser aventadas, especialmente levando-se em conta as particularidades de cada caso como:  

  • dissolver a lesão quimicamente, com ácidosEste método pode ser utilizado em lesões mais superficiais, mesmo assim, podem ser necessárias algumas sessões 
  • congelar a placa de gordura com o frio intenso (criocirurgia);  
  • queimar a lesão com a eletro cauterização ou laser.  

A escolha do melhor método vai depender de alguns fatores como tamanho, profundidade, localização das lesões, número de lesões, fototipo da pele, dentre outros. Todos esses procedimentos podem ser realizados em consultório, sob aplicação de anestesia local, tópica ou injetável, conforme necessidade.

Independente dos tratamentos, existe uma taxa de recidiva considerável. O retorno das lesões pode ocorrer em até 40% dos casos.

Quiz: Mulher com lesões amareladas nas pálpebras. Qual o diagnóstico?

Neste sentido, é crucial o controle das doenças de base, como dislipidemia e diabetes, caso elas estejam presentes. Principalmente para reduzir o risco de desenvolver depósitos futuros. Algumas medidas simples de mudança de estilo de vida como dieta pobre em gordura, rica em fibras, prática de exercício físico, cessar tabagismo e álcool são importantes, em alguns casos, suficientes. No entanto, pode ser necessário a prescrição de estatinas ou fibratos para controle das taxas de colesterol e triglicérides e sucesso do tratamento.

Referências bibliográficas:

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